No
período de quarenta dias, com início na quarta-feira de cinzas (neste ano:
06/mar) e término no Domingo de Ramos (neste ano: 14/abr), os primeiros
cristãos comemoravam a Quaresma. Era um período de reflexão. Faziam jejum e
penitência a fim de meditarem a respeito do evento da Paixão. O período de
abstinência de carne era longo. Muita gente reclamava.
Com
a finalidade de se despedir da carne, o povo fazia uma festa, debochava dos
reis, do clero e até da sua miséria. Era uma celebração marcada pelos
excessos, afinal no dia seguinte teriam de se abster de carne e fazer
penitência. Os festejos ganharam o nome de Carnaval, termo que tem origem na
expressão latina usada pelo Papa Gregório, em 590 d.C.: “Carnem levare”
(retirar a carne). É provável que a festa tenha se inspirado na saturnália
romana.
Com
o tempo o Carnaval foi incorporando elementos novos, fenômeno que acontece com
diversas festas, como o Natal (árvore, pisca-pisca, panetone...), e a Páscoa
(ovo de chocolate, coelho...). Do ponto de vista etimológico, não se trata de
uma “festa da carne” (carnalidade), mas da “abolição da carne” (carne de
animal). Na prática funciona como válvula de escape para desejos reprimidos.
Uma
última curiosidade: a quarta-feira de cinzas tem este nome porque neste dia os
fies eram benzidos com as cinzas dos ramos de palmeira utilizados na domingo de
Ramos do ano anterior.
Jones
F. Mendonça
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