sexta-feira, 29 de abril de 2011

OS NOSSOS MUROS DE CADA DIA...

Uma das coisas mais legais em manter um Blog é a oportunidade de aprender com os comentários dos leitores. Will, um leitor do Numinosum, me apresentou uma belíssima canção que fala sobre muros que precisam cair.  Há muitos muros pelo mundo que precisam ser derrubados,  mas os piores são os que estão dentro de nós (isso acontece porque eles tem o nosso orgulho como alicerce). Eis a canção:

quinta-feira, 28 de abril de 2011

DERRUBEM OS MUROS!

Cartoon: Carlos Latuff
Izzeldin Abuelaish é um médico muçulmano que vive e trabalha em Gaza. Ele perdeu quatro membros de sua família quando um míssil israelense destruiu sua casa, durante a Operação Chumbo Fundido. Mas Abuelash não culpa o exército israelense e nem os judeus pela tragédia que atingiu sua família. Empregando uma analogia médica, ele diz que “o ódio é uma doença crônica”.

Abuelaish Fez um discurso para cerca de 600 pessoas na Universidade de Southern Maine, em Portland. Alguns judeus que estavam na platéia ficaram comovidos com a doçura das palavras do médico muçulmano. Os trechos abaixo foram publicados no The Jewish Daily Forward (a tradução é do Numinosum):
Uma mulher que se identificou como filha de um sobrevivente do Holocausto, disse que ficou profundamente perturbada com as imagens das crianças de Gaza e queria saber como ser tanto pró-Palestina como pró-Israel.
"Como judeu, eu não posso mais pensar em mim como uma vítima", disse Abraham Peck, 64, filho de sobreviventes do Holocausto. "Mas eu certamente não quero agir como um opressor". Ele acrescentou que "precisamos defender o que é certo. A violência não é a resposta. "Peck ensina estudos do Holocausto na Universidade do Maine, em Augusta.”
Infelizmente a maioria das igrejas evangélicas tende a analisar o conflito entre palestinos e judeus de forma parcial. Numa abordagem dualista infeliz e perversa, apresentam os judeus como bons, e os árabes como maus. Qualquer pessoa que se esforce para ver o problema com um pouco de equilíbrio vai perceber que não há santos nessa história. Mas apesar de reconhecer que nesse conflito não há bandidos e mocinhos, uma coisa fica bem clara: quem mais sofre é o povo palestino. Os mísseis lançados pelo Hamas fazem poucos estragos nas cidades israelenses. Mas as sofisticadas e poderosas armas do exército de Israel fazem muitas baixas, inclusive mulheres e crianças.

Deus sempre estará do lado do oprimido. Não importa se ele é judeu, muçulmano, budista, hindu, cristão ou membro de qualquer outra religião ou etnia. Para saber quem sofre mais na Palestina, basta fazer uma rápida busca no Google por imagens  dos territórios ocupados pelos dois povos (digite, por exemplo, Gaza e depois Safed; Bilin e depois Eilat). 

Abuelaish nos deu um belo exemplo. Sei que muitos judeus também têm feito o mesmo. Os muros precisam cair. Espero poder assistir este belo espetáculo. Efatá!

segunda-feira, 25 de abril de 2011

CARTAZES RACISTAS EM JERUSALÉM

Imagem: Haaretz
Todo mundo já ouviu falar dos radicais islâmicos. Eles são descritos como pessoas más, sujas, incovenientes. Mas poucos ouvem falar dos radicais judeus. Em bairros ultra ortodoxos de Jerusalém surgiram cartazes com a pergunta: "Você quer que seu neto seja chamado Ahmed ben Sarah [Ahmed filho de Sara, esposa do patriarca Abraão]"?  O objetivo dos cartazes é evitar que os lojistas contratem funcionários árabes. Afinal eles podem seduzir as mulheres judias, que mais tarde poderão dar à luz uma criança mestiça(!!??). 

Bentzi Gupstein, membro de um grupo anti-assimilação (esse termo parece coisa de filme de ficção científica) se mostra preocupado:
Há apenas duas semanas atrás uma mulher judia em Jerusalém trabalhando em um ramo de Shefa Shuk [rede de lojas especializadas em alimentos que cumprem normas religiosas de alguns judeus] em Jerusalém deixou uma casa em Haredi e passou a viver com um funcionário árabe que ela conheceu na loja. 
Está duvidando desta notícia? Leia aqui no Haaretz (com tradução do Google. 

HEBRAICO: O VAV CONJUNTIVO, O ARTIGO E A TERMINAÇÃO PLURAL

sábado, 23 de abril de 2011

PÁSCOA SAMARITANA NO MONTE GERIZIM

A cada ano que passa os samaritanos recebem mais visitantes para a cerimônia de páscoa no seu monte sagrado. Os samaritanos, ao contrário dos seus irmãos do sul, ainda sacrificam animais, daí a curiosidade crescente. Eis o vídeo da páscoa samaritana deste ano (veja como o sacerdote é hábil com a faca!). 

A MORTE DO MINIMALISMO BÍBLICO FOI DECRETADA?

A BAR (Biblical Archaeology Review) de mai/jun 2011 publicou um artigo intitulado “The Birth & Death of Biblical Minimalism” (o nascimento e a morte do minimalismo bíblico), escrito pelo professor de arqueologia pré-histórica e arqueologia da época bíblica na Universidade Hebraica de Jerusalém, Yosef Garfinkel. Segue trecho do artigo (tradução do Numinosum):
O argumento de que Judá era uma sociedade agrária até o final do século X a.C. e que Davi e Salomão não poderiam ter governado um reino centralizado e institucionalizado antes disso já foi explodido em pedaços por nossas escavações em Kuttamuwa, onde temos estado em o campo nos últimos quatro verões.
O debate entre minimalistas e maximalistas tem sido marcado por muitas controvérsias. Nessa disputa entram questões religiosas, políticas, acadêmicas e até mesmo a vaidade pessoal. É preciso acompanhar a discussão com muito cuidado.

Leia a matéria completa aqui

Versão traduzida pelo Google aqui.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

AS TRÊS GRANDES FESTAS ANUAIS DO ANTIGO ISRAEL

Páscoa (ou festa dos pães ázimos), Pentecostes  (ou festa das semanas) e Tabernáculos (ou festa das tendas) eram as três grandes festas de peregrinação do Antigo Israel.

1. Páscoa  – Na Bíblia a celebração da páscoa se confunde com a festa dos ázimos. Ao que parece, teve origem numa festa pré-israelita celebrada na primavera, mais tarde convertida numa celebração nacional. Muito se discute a respeito da palavra hebraica pessah (pronuncia-se pessar). Sua etimologia normalmente é buscada na palavra passah (saltar, pular):

Texto hebraico transliterado: BibleWorks
O destaque é por minha conta

Há quem sugira ligação com o acádio pašâhu (acalmar, apaziguar). Outros defendem que seja a transcrição de uma palavra egípcia que significa “golpe”, uma referência a décima praga (em Ex 1,1 é dito que Yahweh desferirá “ainda mais um golpe sobre Faraó”).

Apesar de sua origem pré-israelita, entre os hebreus a páscoa adquiriu um novo significado: era a ocasião de celebrar os poderosos atos de Javé para com Israel. De acordo com Milagro Nadal:
É preciso buscar as origens da Páscoa numa festa de pastores transumantes que na lua cheia de primavera abandonavam o acampamento de inverno e ofereciam a seus deuses o sacrifício de uma rês buscando sua proteção. Com seu sangue untavam os postes da tenda para afastar um “gênio maléfico” que receberia mais tarde o nome de “Exterminador”[1]. 
O sangue do cordeiro nos umbrais tinha valor apotropéico: proteger as pessoas e os animais do demônio do deserto[2]. A festa dos pães ázimos, mais tarde anexada à tradição do Êxodo, tinha evidente origem agrícola. A união entre Páscoa e a festa dos pães Ázimos (sem fermento) teria sido feita pela tradição sacerdotal. A Páscoa seria o resultado da união entre uma festa celebrada por pastores e agricultores, como defende Schmidt:
A festa da Páscoa e dos pães ázimos tem sua origem na junção de um rito nômade e uma festa agrícola; assim, na origem, nenhuma das duas festas é israelita ou está relacionada com javé. Ambas estão relacionadas com o ritmo da natureza, o retorno das estações do ano[3].
2. Pentecostes – Celebrada cinqüenta dias após a páscoa (daí a expressão grega pentecostes), essa festa aparece como denominação grega da festa das semanas (Ex 34,22) em 2 Mac 12,332 e Tb 2,1. Na festa eram oferecidos pães de farinha nova assados com levedura. É uma festa de caráter agrícola.

3. Tabernáculos – Também chamada de “tentas” ou “cabanas” (hb. Sukkôt), era uma das mais importantes festas celebradas pelos israelitas. Josefo a considerou “a festa mais santa e mais importante dos hebreus” (Ant  8,4,1). A celebração dura sete dias, conforme Lv 23,42 e tem como objetivo lembrar o período em que o povo hebreu viveu como peregrino no deserto.

Outras festas importantes são: O dia das expiações (yom Kippur, Lv 16), a festa da dedicação (hanukkah, 1 Mac 4,36-59) e o purim (do hb. pur, sorte, cf. Et. 9,24). 

Notas:
[1] NADAL, Milagro. Curso de iniciação ao Antigo e ao Novo Testamento. São Paulo: Loyola, 1998,p. 30.
[2]WILLI-PLEIN, Ina. Sacrifício e culto no Israel do Antigo Testamento. São Paulo: Loyola, 2001, p. 142.
[3] SCHMIDT, Werner H. A fé do Antigo Testamento. São Leopoldo, RS: Sinodal, 2004, p. 204.

Jones Mendonça

FOTOS DE CUBA

Olhar para Cuba é voltar no tempo
The Big Picture publicou hoje uma série de belíssimas fotos de Cuba. Resumindo com uma só palavra o que senti ao ver as fotos: surreal. 

Para se deliciar com as fotos (e com os divertidos e inusitados comentários), clique aqui.

THOMAS THOMPSON E JOSEPH RATZINGER


Tenho me ocupado ultimamente à leitura de obras dedicadas ao estudo do Antigo Testamento, particularmente os trabalhos de Israel Finkelstein e Thomas Thompson (rotulados de minimalistas). Este último teve que amargar diante de uma espécie de inquisição até que sua tese de doutorado fosse aceita. A primeira barreira enfrentada por Thompson foi ninguém menos que Joseph Ratzinger.

The Bible and interpretation publicou os detalhes dessa história. Quem conta é o próprio Thomas Thompson. Leia aqui (já traduzido pelo Google). 

Uma série de ensaios sobre a interpretação minimalista da Bíblia aqui.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

MAXIMALISMO E MINIMALISMO NA PESQUISA HISTÓRICA DO ANTIGO ISRAEL

Livro de Thomas Thompson
Maximalismo e minimalismo são rótulos cunhados para diferenciar dois tipos de abordagem sobre a confiabilidade histórica da Bíblia. Maximalistas supõem que a Bíblia é, até certo ponto, um registro confiável da história da formação de Israel. Minimalistas defendem que a narrativa bíblica do Antigo Testamento deve ser lida como ficção, a menos que possa ser confirmada arqueologicamente.

Um exemplo clássico se refere aos muros de Jericó. Por muito tempo se pensou que as ruínas de uma muralha encontrada em Jericó fossem prova do relato contido no livro de Josué. Mas escavações posteriores mostraram que não havia nenhuma muralha nessa cidade na Idade do bronze, época em que, de acordo com os maximalistas, ocorreu a tomada da terra pelos hebreus liderados por Josué (A Bíblia de Jerusalém, por exemplo, toma por certa a inexistência da muralha. A narrativa bíblica seria mera projeção litúrgico-religiosa). Os maximalistas se defendem dizendo que o fato da muralha não ter sido encontrada não prova que não tenha existido. Ela poderia ter sido construída numa colida e ruído mais tarde sem deixar vestígios. Como gostam de dizer os maximalistas: “ausência de evidência não é evidência de ausência” (famosa frase de Carl Sagan).

Atualmente tem havido um intenso debate a respeito da historicidade de um reino unificado na época de Davi e Salomão. Maximalistas, como a arqueóloga israelense Eilat Mazar defendem a existência de uma monarquia unificada no século X a.C. Para ela a Bíblia é um registro confiável da existência de um reino centralizado em Judá. Israel Finkelstein, um famoso e respeitado minimalista, nega a existência de um reino unificado nesse período. O primeiro Estado centralizado organizado por israelitas seria o do rei Omri (884-842). Finkelstein não nega que Davi tenha sido um personagem real (o que parece ser confirmado pela Estela de Tel Dan), apenas questiona a existência de um reino majestoso e unificado tal qual como apresentado na Bíblia. Davi teria sido um mero líder tribal.

Como já foi dito, os termos maximalismo e minimalismo são apenas rótulos. É um erro comum associar os minimalistas aos ateus, céticos dispostos a provar ser a Bíblia uma farsa. Na verdade o que eles defendem é a necessidade de provas concretas que possam sustentar a historicidade das narrativas bíblicas. Os antigos hebreus, defendem os minimalistas, escreviam suas histórias sem preocupação em relatar os fatos como realmente aconteceram. A intenção era religiosa e não científica. Dois famosos minimalistas são Niels Peter Lemche e Thomas L. Thompson. Ambos pertencem à chamada Escola de Copenhague.

Os maximalistas, por outro lado tendem a ser vistos como fundamentalistas ingênuos, mas isso está longe de ser verdade. Esse grupo até aceita que as narrativas bíblicas sofreram acréscimos, interpolações e reelaborações, mas insiste que a ela possui, ao menos, fundo histórico. Famosos representantes dessa escola são Albright, John Bright (aluno de Albright) e Roland de Vaux.

De forma resumida pode-se dizer que os maximalistas acreditam que a Bíblia possui alto valor histórico. Os minimalistas, por outro lado, vêem a Bíblia muito mais como um livro escrito por pessoas que interpretavam os fatos de acordo com sua ideologia religiosa.

Leia aqui o capítulo III (em espanhol) de uma famosa obra que defende o ponto de vista minimalista:

THOMPSON, Thomas L. Early History of the Israelite People. From the Written and Archaeological Sourses, E. J. Brill, Leiden, New York, Koln, 1994.

Título em português: Antiga História do povo israelita a partir de fontes escritas e arqueológicas. 

Jones Mendonça

domingo, 17 de abril de 2011

VÍDEO MOSTRA LIMPEZA DO MURO DAS LAMENTAÇÕES

Um vídeo produzido pelo Arutz Sheva TV mostra a limpeza do Muro das Lamentações para a Páscoa. Eis o vídeo:


VITTORIO ARRIGONI, UM HOMEM QUE SABIA DEMAIS

O ativista italiano Vittorio Arrigoni, assassinado na semana passada em Gaza, documentou excessos cometidos pelas forças de defesa israelenses num vídeo postado no YouTube. Dentre as denúncias feitas no documentário estão  o ataque a civis e  ambulâncias. Confira (as cenas mais fortes surgem a partir da metade do vídeo):

sexta-feira, 15 de abril de 2011

MORRE O ATIVISTA ITALIANO VITTORIO ARRIGONI

Vittorio Arrigoni. Imagem: J. Post

O assassinato do ativista italiano Vittorio Arrigoni foi notícia no Haaretz e no J. Post. Arrigoni era muito querido em Gaza. Muito estranho...

Leia aquiaqui aqui

BANDEIRAS DO BRASIL MADE IN CHINA

Bandeiras importadas da China (imagem: Al Jazeera).

O Al Jazeera fez uma análise da relação comercial entre Brasil e China, destacando o impacto do baixo preço dos produtos chineses no mercado nacional. Um dos exemplos que chama a atenção é o crescente número de bandeiras do Brasil impostadas da China. A rede de notícias árabe entrevistou a proprietária de uma fábrica de bandeiras de São Paulo. Ela reclama dos prejuízos (tradução do Numinosum):

"Costumava haver bandeiras por toda esta área. Foi um bom negócio. Havia um monte de trabalho para todos. Hoje isso mudou, dada a entrada dos chineses no mercado. Eles têm perturbado muitas das nossas empresas locais. É difícil agora. Muito difícil."
O símbolo nacional importado da China vem em rolo e o produto é de péssima qualidade. Mas as bandeiras made in China tem feito sucesso.

Para ler a matéria completa no Al Jazeera (já traduzida pelo Google), clique aqui

quarta-feira, 13 de abril de 2011

TOUR VIRTUAL 3D EM BARCELONA

Faça um tour virtual em Barcelona passando por locais como: Catedral da Sagrada Família, Casa Batlló, Fundação Juan Miró e Museu Picasso. 

Veja aqui

JORNAL DE ARTE ON-LINE

O Artdaily.org é apresentado pelo próprio site como o "primeiro jornal de arte da net". Que tal dar uma expiada?
"O pianista", do artista russo Yuri Pimenov.
Interessados devem clicar aqui

terça-feira, 12 de abril de 2011

MASSACRE EM REALENGO: DE QUEM É A CULPA?

"O grito", Edvard Munch - 1893.
Um louco entrou numa escola pública em Realengo. Foi há cinco dias. Com dois revólveres e muita munição matou doze crianças e feriu outras doze. Uma tragédia.  Queremos os culpados. São chamados psicólogos, psiquiatras, especialistas em segurança pública, educadores, juristas, políticos e até um teólogo (o assassino louco freqüentou o Salão do Reino das Testemunhas de Jeová e templos muçulmanos).

Não há dúvida, o atirador tinha problemas mentais, talvez esquizofrenia. Para piorar foi humilhado por colegas durante boa parte de sua vida. Especialistas em segurança dizem que não houve falha na abordagem do rapaz feita na portaria da escola. Ele era ex-aluno e declarou que sua intenção era buscar o histórico escolar. Muito natural.  Um político aparece na televisão insistindo na necessidade de instalação de detectores de metais nas escolas.  É preciso comprá-los sem licitação, afinal, é uma emergência, diz o preocupado representante das criancinhas. Seu cunhado, por coincidência, tem uma empresa que fabrica esses equipamentos tão úteis. Negócio fechado. Educadores refletem sobre o papel da escola na identificação de alunos com transtornos que podem levar a ações como essa. É feito um planejamento para o próximo ano. O governador aprova. Está tudo certo. Juristas são convidados a falar sobre as possíveis ligações do rapaz com grupos terroristas. É preciso investigar, diz o jurista. O delegado discorda. Para ele o conteúdo das cartas escritas pelo assassino citando nomes de muçulmanos radicais não passa de delírio. Chamem a CIA, o FBI, quem sabe eles não podem nos ajudar? Diz um vendedor a um repórter. Por fim aparece o teólogo (tem que ser da PUC). Querem saber dele se há ligação entre o que pregam as religiões praticadas pelo ex-aluno da escola e seu comportamento insano. O teólogo diz que não. Religiões pregam o bem, o amor ao próximo, a harmonia. O rapaz era louco. Ponto.

Enquanto discutimos tudo isso, as crianças que sobreviveram ao massacre e os pais e professores dos alunos que se foram estão desolados, perplexos. Não querem explicações, querem consolo, apoio, paz. Ontem (10-04-11) uma aluna apareceu num programa de TV. O repórter (acredirem!) pediu para que ela descrevesse para os telespectadores como foi a ação do atirador na sua classe. Ela disse que ele entrou na sala de aula, bem arrumado e com uma maleta. Inesperadamente apanhou um revolver e atirou na testa de sua amiga. Enquanto narrava essa cena macabra, a aluna tremia, chorava, não sabia o que fazer. Um horror! Perdoem-me os jornalistas, você tem um trabalho a fazer, reconheço, mas isso não é coisa que se faça.

Bem, agora não é hora de buscar culpados. Os alunos e o assassino já estão mortos. Ao que parece não houve falha dos professores, dos funcionários da escola, da polícia, dos bombeiros, da religião. Foi uma fatalidade. No momento precisamos pensar em como fazer professores e alunos traumatizados voltarem a sua vida normal. A escola deve ser demolida ou reformada visando reduzir o trauma? Os professores e alunos devem ser transferidos? Eles precisam de ajuda psicológica? Como anda dona Maria, mãe da pequena Joana que tão jovem deu seu último suspiro?

A ferida está aberta. Por hora empenhemo-nos tão somente na tarefa de fechá-la. Efatá!

Jones Mendonça

quinta-feira, 7 de abril de 2011

O GEHENNA (OU VALE DE HINNOM) ERA O LIXÃO DE JERUSALÉM?

Foto: Deror Avi
Todd Bolen escreveu algo sobre a tradicional explicação ouvida nos pulptos de que Jesus teria utilizado como figura para o inferno um lixão localizado no Vale de Hinnom (em grego gehenna, cf. Mt 5,29)  em Jerusalém.

Há evidências históricas ou arqueológicas que possam provar isso? Confira aqui

quarta-feira, 6 de abril de 2011

MURO DAS LAMENTAÇÕES ESTÁ SENDO LIMPO PARA A PÁSCOA


Com a aproximação da páscoa os judeus estão limpando um de seus locais mais sagrados: o Muro das Lamentações. Os pedidos deixados nas frestas da construção são retirados e enterrados. O pessoal responsável pela remoção das tiras de papel deve tomar o cuidado de não ler o que foi escrito nelas.

O slide show do Haaretz pode ser visto aqui

MUROS BONITOS, INTENÇÕES FEIAS

Muro construído em Gilo, Jerusalém. Foto via Haaretz

DAVAR 3, UM PROGRAMA SIMPLES, MAS MUITO ÚTIL

Gn 1,1 em portugês, hebraico e grego

Utilizo com freqüência o programa e-Sword para consultar o texto grego e hebraico da Bíblia. Ele é gratuito, contém excelentes recursos e é bem simples de usar. Mas o texto massorético da e-Sword é ruim. Os sinais vocálicos aparecem deslocados impossibilitando o uso do texto em arquivos do Word. Encontrei a solução para este problema num programa com muito menos recursos, mas que contém um excelente texto com sinais vocálicos (BHS). Trata-se do Davar 3, um programa também gratuito que disponibiliza a Bíblia hebraica, grega (N.T. e Septuaginta), latina (Vulgata) e muito mais, tais como dicionários, léxicos, etc.

Está interessado? Baixe o programa gratuitamente aqui

terça-feira, 5 de abril de 2011

GIANNI VATTIMO E NIETZSCHE

“Não existe verdade objetiva em parte nenhuma; não há ninguém que veja a verdade sem ser com os olhos, e os olhos são sempre os olhos de alguém. Se quero arrancar os olhos para ver as coisas como realmente são, não vejo mais nada[1]”.
[1] Gianni Vattimo  - O niilismo como resistência – Folha de São Paulo, 02 de junho de 2002.

PAUL TILLICH E NIETZSCHE

“Amor e poder são muitas vezes contrastados de uma tal forma que o amor é identificado com uma resignação de poder, e poder com uma negação de amor. Amor sem poder e poder sem amor são contrastados. Isto, claro, é inevitável se o amor é compreendido de seu lado emocional e poder de seu lado compulsório. Mas tal interpretação é engano e confusão. Foi esta interpretação errônea que induziu o filósofo do ‘querer-para-poder’ (i.é. Nietzsche) a rejeitar radicalmente a idéia cristã de amor. E é a mesma interpretação errônea que induz teólogos cristãos a rejeitarem a filosofia de Nietzsche do ‘querer-para-poder’ em nome da idéia cristã do amor[1]”.
[1] TILLICH, Paul. Amor, poder e justiça: análises ontológicas e aplicações éticas, 2004, p.26.

NIETZSCHE E O REINO DE DEUS

O ‘reino de Deus’ não é uma coisa que se espera; não tem ontem nem depois de amanhã, não vem em ‘mil anos’, é uma experiência do coração; está em toda parte, e não está em parte alguma....
          O Anticristo, § 34

segunda-feira, 4 de abril de 2011

MANUSCRITOS DE CHUMBO DESCOBERTOS NA JORDÂNIA

Foto: Mail Online. Clique para ampliar.
Incomuns manuscritos de chumbo descobertos na Jordânia tem dado o que falar. Jim Davila parece cético. Todd Bolen está otimista, mas é um otimismo cauteloso. Fotos em alta resolução dos achados aqui aqui