sábado, 31 de dezembro de 2011

NUMINOSUM EM NÚMEROS - 2011

Como tenho poucos amigos com quem conversar sobre  temas do meu interesse, tais como teologia, filosofia, arte e política, o Numinosum supre essa lacuna, permitindo que eu encontre  pessoas com gostos comuns, mas que também discordam, criticam e acrescentam. Abaixo alguns dados sobre o número de visitas recebidas pelo Numinosum em 2011 (informações do Google Analytics).  Feliz 2012 a todos!

O BOM SAMARITANO NA BAR JAN/FEV/2012


Amy-Jill Levine, professora de Novo Testamento na Vanderbilt University Divinity School, escreveu sobre a parábola do bom samaritano (Lc 10,29-37) na BAR de Jan/Fev 2012. Lenive desenvolve o texto apresentando quatro interpretações que ela considera “absurdas” em relação a esta popular parábola. A seguir, três delas:
1ª interpretação absurda– os ladrões seriam “bandidos sociais”, “combatentes da liberdade”, reagindo contra a pesada tributação do Templo e de Roma. O homem ferido seria, portanto, dupla vítima dos sacerdotes e levitas: pesada tributação/abandono à morte.

2ª interpretação absurda – o homem agredido pelos ladrões seria um comerciante ritualmente impuro, mal visto pelos sacerdotes e levitas, daí a indiferença com a qual foi tratado pelos dois.

3ª interpretação absurda – o sacerdote e o levita teriam evitado a vítima porque ela poderia estar morta. Tocá-la, neste caso, tornaria os religiosos ritualmente impuros. 
Quanto a este terceiro ponto tenho algo a comentar. A autora argumenta que tal interpretação não faz sentido, uma vez que a proibição de tocar cadáveres inclui apenas os sacerdotes (cf. Lv 21,1-3), não se aplicando, portanto, aos levitas.   Levine também explica que a Mishná (Nazir 7,1) “insiste que mesmo um sumo sacerdote deve assistir um cadáver negligenciado”. Faço duas considerações:

Primeira: a Torah inclui como ritualmente impuro qualquer israelita que tocar um cadáver (cf. Nm 9,6; 19,11.13.16). No caso dos sacerdotes, a única exceção refere-se aos seus parentes consanguíneos (she’er - Lv 21,2-3), o que não é o caso.

Segunda: a Mishná (conjunto de ensinamentos transmitidos oralmente pelos judeus) só ganhou a forma escrita no século II d.C. Utilizá-la, neste caso, é um anacronismo.

Mesmo discordando da autora nestes dois pontos, concordo que a mensagem central da parábola não é o anticlericalismo. Para ler a hipótese de Amy-Jill Levine, apresentada no final do seu texto, clique aqui.

Jones F. Mendonça

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

LUTERO E OS CAMPONESES II

Vez por outra encontro alguém se esforçando em defender Lutero contra a acusação de que escreveu palavras duras demais contra os camponeses revoltosos. Relendo, "A Refoma", de Will Durant, me deparei com esta citação:
Um rebelde não é digno de receber resposta com argumentos, pois não os aceita. A resposta para uma boca assim é um soco no nariz para sangrar. Os camponeses não querem ouvir... seus ouvidos tem de ser abertos à bala, até que as cabeças lhe saltem dos ombros. Discípulos assim, precisam de varinhas assim. Aquele que não quer ouvir a Palavra de Deus quando é dita com bondade tem de ouvir o carrasco quando chegar com o machado... Não quero ouvir nem saber nada de misericórdia e sim dar atenção à vontade de Deus em Sua Palavra... Saul não pecou ao demonstrar misericórdia para com Amalec quando deixou de executar a ira de Deus que lhe fora ordenada?  (DURANT, Will. A Reforma, p. 330). 
É verdade que Lutero era um sujeito impulsivo, "sangue quente"; que os camponeses estavam passando dos limites, mas cá entre nós, não dá para defender o reformador alemão! 

UM ZODÍACO EM NÚMEROS 2,2-3?

Em 2005 fraturei meu polegar numa partida de futebol. Resultado: uma cirurgia e dois pinos de metal cravados no metacarpo direito. Lançado numa cama de hospital por três dias comecei a reler o Antigo Testamento. A partir de Ex 25, diante das tão detalhadas descrições do tabernáculo e das vestes sacerdotais, peguei um lápis e me pus a representá-los num pedaço de papel (sou destro, foi uma tarefa difícil!). E assim foi. Quando cheguei ao livro de Números fui despertado por uma descrição um tanto curiosa: Doze tribos (cada qual com sua bandeira) reunidas ao redor do tabernáculo, que por sua vez era rodeado por quatro grupos: Meraritas (norte), Coatitas (sul), Arão/Moisés/levitas (leste) e Gersonitas (oeste).  O rascunho, agora melhorado num editor de imagens, me fez pensar num... veja você mesmo: 

É, um zodíaco. Quem escreveu Números parece ter se inspirado em elementos da cultura mesopotâmica ou egípcia. Abaixo um antigo zodíaco egípcio reproduzido na tampa do sarcófago da deusa Nut (início do II séc.). A deusa no centro, os signos ao redor. Coincidência?

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

O HOMEM E SEUS SÍMBOLOS - CARL JUNG

Carl Jung é, sem dúvida, um dos pensadores mais mal compreendidos no âmbito da psicologia. No fim de sua vida, após muita insistência do editor britânico John Freeman, Jung resolveu aceitar a tarefa de escrever um livro para leigos. O resultado foi "O homem e seus símbolos", uma obra ricamente ilustrada que cumpre o que promete: apresentar ao leitor o pensamento de Jung sem complicação (até onde isso é possível, claro). Na verdade apenas o primeiro capítulo foi escrito pelo psicólogo e filósofo suíço (cerca de 1/3), os demais foram produzidos por colaboradores de sua confiança. Em 2005 minha esposa me presenteou com o livro. Jamais parei de ler. Abaixo o sumário da obra:

1. Chegando ao inconsciente (Carl Jung),
2. Os mitos antigos e o homem moderno (Joseph L. Henderson),
3. O processo de individualização (M.-L. von Franz),
4. O simbolismo nas artes plásticas (Aniela Jaffé),
5. Simbolismos numa análise individual (Jolande Jacobi),

Caso você queira dar uma expiada na obra antes de comprar, uma dica: é fácil baixar "O homem e seus símbolos" em sites como 4shared, esnips, etc. 


Jones F. Mendonça

SEXISMO EM ISRAEL

Naamã, uma estudante de 08 anos, foi cuspida e chamada de "prostituta" por judeus ultra-ortodoxos em Beit Shemesh, a 30 Km de Jerusalém.  O motivo da agressão foi o modo como a menina se vestia (pouca roupa para os padrões dos ultra-ortodoxos). Traumatizada, a menina desabafou (cf. Al Jazeera, 27/12/11):
Enquanto eu caminhava para a escola na parte da manhã eu costumava ter dor de barriga, com medo [...] deles começarem a gritar e a cuspir."
Apesar de representarem uma minoria, os ultra-ortodoxos possuem grande influência em Israel. O episódio gerou protestos de cidadãos israelenses indignados com a violência. Assista ao vídeo (Al Jazeera):

domingo, 25 de dezembro de 2011

FRANCO ATIRADOR ISRAELENSE DERRUBA MAIS UM EM NABI SALEH

Duas semanas após a morte de Mustafá Tamini durante uma manifestação na aldeia de Nabi Saleh, um jornalista foi ferido na coxa por um projétil de gás lacrimongênio (cf. Uruknet Info, 23/12/11). Se a violência dos soldados israelenses contra os moradores da aldeia palestina continuar assim, em poucos anos não restará qualquer pessoa para protestar. 

Antes que alguém me pergunte por que não publico notícias da violência dos terroristas palestinos contra israelenses eu respondo: porque elas saem aos montes em jornais de grande circulação.  Optei por publicar o que poucos publicam. Optei por publicar o sofrimento do lado mais fraco e injustiçado. Assista ao vídeo:

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

RETROSPECTIVA 2011 EM IMAGENS

O The Big Picture selecionou uma variedade de imagens que marcaram o ano de 2011. Dividida em duas partes, a coleção pode ser vista aqui e aqui. Abaixo a imagem de um assustador manifestante grego num confronto com a  polícia durante uma greve geral (28/07/11). 

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

NO MÍNIMO DESELEGANTE

Alguém duvidou da sinceridade do luto dos norte-coreanos diante da morte do líder do país, Kim Jong-Il. Todos os canais de TV repetiram isso insistentemente. Mania de julgar a cultura alheia de acordo com nossos padrões. Arnaldo Carrilho, embaixador brasileiro que vive na capital do país há mais de um anos afirma: "a Coreia do Norte está encoberta em luto profundo". O lamento é sincero. 

Feio para os nossos jornalistas...


Jones F. Mendonça


CARTOON CONTRA O TERRORISMO

Que tal baixar um livro em PDF com uma infinidade de cartoons com o tema "terrorismo". Confira o trabalho de Hamid Bahrami (Irã), Pawel Kuczynski (Polônia), Mohammadreza Doustmohammadi (Irã), Agim Sulaj (Itália) e Mohammad Amin Aghaei (Irã) aqui.  O material está escrito em árabe e é cortesia do Iran Cartoon

AINDA O MINIMALISMO BÍBLICO...

Anunciei aqui um artigo publicado na Biblical Archaelogy Review (BAR) tratando sobre a suposta morte do minimalismo bíblico (se você não sabe o que é o minimalismo bíblico, clique aqui).   O artigo foi escrito por Yosef Ganfinkel,  professor de arqueologia pré-histórica e arqueologia da época bíblica na Universidade Hebraica de Jerusalém.

O site The Bible and Interpretation deste mês publicou um novo artigo sobre o assunto. Ele é assinado por Philip Davies, da Universidade de Sheffield, Inglaterra. Para Davies o professor Ganfinkel está redondamente enganado.  Caso queira ler seus argumentos (já raduzidos pelo Google), clique aqui

Jones F. Mendonça

EXTREMISMOS

Na França:
Membros do partido do presidente francês Nicolas Sarkosy apresentaram na semana passada um projeto de lei que torna crime negar que o assassinato em massa de armênios em 1915 foi um genocídio (cf. Portal Terra, 22/12/11). Engraçado. Adoramos criticar regimes totalitários como Cuba e Coreia do Norte e a França me sai com mais essa (depois de proibir o véu muçulmano e as orações em público). Em minha opinião os cidadãos devem ser livres para negar o que quer que seja: a existência de Deus, dos dinossauros, a ida do homem à lua, a tortura pelos militares na época da ditadura, o holocausto nazista, a inquisição, etc. 

Em Israel:
O partido israelense de direita religiosa Eretz Yisrael Shelanu (Nossa Terra de Israel) lançará uma campanha prevista para 31 de dezembro utilizando citações do rabino Ovadia Yosef  que afirmam que o ex-primeiro ministro Ariel Sharon foi punido por Deus com uma doença por ter devolvido a Faixa de Gaza aos Palestinos em 2006 (cf. Haaretz, 22/12/2011). Eis uma das citações: "como é cruel esse homem do mal para fazer coisas assim [...] Deus vai feri-lo de novo de modo que ele nunca mais vai se levantar". Como se vê, o fundamentalismo judaico é tão nocivo quanto o islâmico, o cristão, o ateu, o hindu...

Jones F. Mendonça

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

MAGRITTE E PESSOA: QUANDO O PINCEL DÁ AS MÃOS À PENA

"Descendo hoje a Rua Nova do Almada, reparei de repente nas costas do homem que descia diante de mim. Eram as costas vulgares de um homem qualquer, o casaco de um fato modesto num dorso de transeunte ocasional. (...) Volvi os olhos para as costas do homem, janela por onde vi estes pensamentos" (Fernando Pessoa).

Decalcomania, René Magritte, 1966.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

O HEBRAICO E O ASSÍRIO

Navegando pela internet há alguns anos acabei na página do projeto Gutemberg. Fiz muitas pesquisas no catálogo e achei a magnífica obra ilustrada: The seven great monarchies ofthe ancient eastern world; or, the history, geography, and antiquities of Chaldaea, Assyria, Babylon, Media, Persia, Parthia, and Sassanian, or newpersian empire, escrita por ninguém menos que George Hawlinson. 

No final do capítulo V (linguagem e escrita), o autor, apesar de admitir que é historiador e arqueólogo e não filólogo, destaca semelhanças entre o assírio e o hebraico. Abaixo você vê uma relação de palavras selecionadas pelo autor (veja mais aqui):





DISCURSO RACISTA EM TEL AVIV

Quem discursa no vídeo é Michael Ben-Ari, membro do Knesset (parlamento israelense). O motivo da ira é a o crescente número de sudaneses no país. Ao fundo é possível ouvir: "nós viemos para extirpar as trevas!". A notícia chegou a ser publicada no Haaretz, mas foi inexplicavelmente removida (mas um espertinho deu um "print screen" na tela do Haaretz antes que a matéria fosse removida, veja aqui). O racismo em Israel não é diferente dos demais países. Meu objetivo ao postar este vídeo é simplesmente mostrar que em Israel há lobos e cordeiros, como em qualquer parte deste planeta. 

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

O PÉ, A PERNA E A GENITÁLIA: OS MÚLTIPLOS SIGNIFICADOS DE RÉGUEL


A palavra réguel em hebraico
A palavra hebraica réguel (geralmente traduzida por “pé”) é uma das muitas que confundem tradutores da Bíblia. Dentre algumas de suas traduções possíveis estão: pé, planta do pé, perna, órgãos genitais, passos, etc.

Devido ao seu excessivo apego à literalidade, a Bíblia Almeida Corrigida e Fiel (ACF) traduz réguel por pé em Is 7,20. O resultado (catastrófico) é este que você vê abaixo:
Naquele dia rapará o Senhor com uma navalha alugada, [...] a cabeça e os cabelos dos pés (reguelim; pl. de reguel); e até a barba arrancará.
Uma vez que réguel também pode significar “perna”, a Nova Versão Internacional (NVI) apresenta uma tradução melhor:
Naquele dia o Senhor utilizará uma navalha alugada [...] a sua cabeça e os pêlos de suas pernas e da sua barba.
Com uma rara ousadia, a Almeida Revista a Atualizada (ARA) esquiva-se de uma tradução mais literal. Como em alguns casos réguel é um eufemismo para os órgãos genitais, a tradução ficou assim:
Naquele dia, rapar-te-á o Senhor com uma navalha [...], a cabeça e os cabelos das vergonhas e tirará também a barba.
Um famoso caso onde réguel é um claro eufemismo para genitália (contrariando a opinião conservadora de Norman L. Geisler) ocorre em Rt 3,4:
Quando ele repousar [referindo-se a Boaz], notarás o lugar em que se deita; então, chegarás, e lhe descobrirás os pés, e te deitarás; ele te dirá o que deves fazer (ARA).
Para Norman Geisler, “descobrir os pés” é apenas “uma descrição literal de uma prática comum naquela época para demonstrar submissão e sujeição” (GEISLER, Norman, Manual popular: dúvidas, enigmas e contradições da Bíblia, p. 161). Este autor ainda argumenta que quando o texto diz que Rute se deitou ao lado de Boaz, o leitor deve entender que ela apenas se reclinou numa atitude de respeito (não, para ele não houve relação sexual!). A capa que Boaz estendeu sobre ela apenas indicaria a responsabilidade que ele tinha de acordo com a lei do levirato (!). 

Recurso comum entre apologistas moralistas: O sentido do texto deve ser sempre o literal, exceto para retirar do texto suas "impurezas". 


Errata: acompanhe a discussão sobre o texto de Rt 3,4 aqui

Jones F. Mendonça

DAVI CONTRA GOLIAS

Esquerda: palestino atirando pedras. Ao fundo o assentamento israelense.
Direita: militares israelenses
Desde 2009 os habitantes de Nabi Saleh protestam contra o roubo de suas terras por colonos israelenses. Cerca de 13% da população local já foi detida por participar dos protestos pacíficos, considerados ilegais por Israel (incluindo 29 crianças e quatro mulheres). Na última sexta-feira (09/12/11), um grupo de moradores e ativistas internacionais e israelenses organizou um novo protesto e marchou em direção a terra usurpada pelo assentamento israelense de Halamish. Um dos manifestantes, Mustafá Tamini, 28, perseguiu uma viatura militar blindada para atirar pedras. Um soldado israelense que estava na viatura abriu a porta e atirou uma granada de gás lacrimogênio diretamente no seu rosto. Mustafá não resistiu aos ferimentos e morreu. Abaixo algumas fotos via Aljazeera (veja também no Haaretz): 



quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

A SALVAÇÃO QUE VEM DAS TREVAS

Folheto que apareceu ontem na minha caixa de correio:
Ao invés de Is 9,2, eu sugeriria um versículo mais adequado ao título: "O Senhor disse que habitaria nas trevas (hb. 'arafel)" (1 Rs 8,12). 

Fora de contexto, porém, muito mais adequado para quem quer seduzir pessoas atraídas pelo "lado negro da força". Na Idade Média quando o Deus cristão não resolvia um problema, recorria-se ao Diabo. No século XXI algumas igrejas simplificaram as coisas. Yahweh é, ao mesmo tempo, o "Pai das Luzes" e o "Senhor das Trevas". É, mas num passado distante a fé de Israel também já foi assim...

NATAL EM BELÉM 2011 [CHARGE]

Fonte: Desertpeace
Fotos e mapas da Belém murada aqui. Minha opinião: Murar uma cidade para impedir o terrorismo em Israel é como murar as favelas cariocas para impedir a ação dos traficantes no asfalto. Os inocentem que se danem, pensam os idealizadores de tais projetos. Ser palestino (ou muçulmano ou árabe) virou sinônimo de terrorista. Morar numa favela virou sinônimo de traficante. Uma generalização burra, preconceituosa!

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

NOTAS SOBRE GAZA [QUADRINHOS]

Se o holocausto dos judeus fosse visto como um crime contra a humanidade e não contra um grupo específico, as atrocidades que foram cometidas pelos nazistas não se repetiriam tão facilmente. A imagem do judeu como vítima ficou tão marcada na consciência dos povos que a mídia internacional hesita em publicar crimes de guerra cometidos pelo Estado judeu. 

O cartunista maltês naturalizado americano Joe Sacco, pioneiro em jornalismo em quadrinhos, resolveu mudar esse quadro investigando a fundo o massacre de civis por tropas israelenses, num episódio ficou conhecido (ou desconhecido) como o "massacre de Khan Yunus". Suas impressões sobre o conflito podem ser lidas em português no seu trabalho "Notas sobre Gaza" (Quadrinhos na Cia., 420 págs., R$55,00). 

Quando é acusado de apresentar apenas um dos lados do conflito Sacco se defende: "a visão do governo israelense já está bem representada pela grande mídia norte-americana, e é calorosamente defendida por quase todo político eleito para altos cargos nos Estados Unidos". 

Enfim, todo mundo sabe que cerca de seis milhões de judeus foram mortos nas mãos dos nazistas, mas poucos sabem como são tratados os palestinos da faixa de Gaza e da Cisjordânia. "Quem controla o passado, controla o futuro; quem controla o presente, controla o passado" já dizia George Orwell, em 1984...


Jones F. Mendonça

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

GUERRA CONTRA O PROGRAMA NUCLEAR IRANIANO JÁ COMEÇOU

Imagem: Haaretz
O programa nuclear do Irã tem ganhado as manchetes dos principais jornais do mundo. O que muita gente não sabe é que os serviços secretos dos EUA (CIA), Israel (Mossad) e Gra-Bretanha (MI6)  vem desenvolvendo operações de sabotagem há anos visando impedir que este país consiga produzir uma arma atômica. As ofensivas incluem infeções de computador por vírus (Stuxnet), explosões e assassinatos. 

Duas excelentes matérias sobre o assunto podem ser lidas no Haaretz e no Al Jazeera

Jones F. Mendonça