segunda-feira, 10 de agosto de 2009

ADIÇÕES AO LIVRO DE ESTER – RESUMO

Por Jones Mendonça

INTRODUÇÃO

A forma hebraica do livro de Ester possui 10 capítulos (conf. versão protestante), já a versão grega contém alguns acréscimos e ampliações (conf. versão católica). Os acréscimos gregos são do final do século II e destacam a intervenção divina no episódio, diferentemente da versão hebraica, que sequer menciona o nome de Deus. S. Jerônimo ao traduzir Ester colocou os acréscimos em apêndice (c. 11–16). Os acréscimos gregos da Septuaginta estão na introdução, após 3,13; 4,16; 8,12 e 10,3. A edição crítica de R. Hanhart da Septuaginta de Göttingen (1966), identifica os fragmentos pelas letras (A–F), utilizando o grifo para os distinguir do texto hebraico. Fiz o resumo baseado numa edição da editora Vozes, que segue o texto crítico de R. Hanhart. Nesta versão os acréscimos e ampliações estão dispostos da seguinte forma:

  • 17 versículos na introdução (antes do cap. 1 da versão hebraica);
  • 7 versículos depois do capítulo 3;
  • 30 versículos depois do capítulo 4;
  • 15 versículos depois do capítulo 5;
  • 24 versículos depois do capítulo 8, e;
  • 11 versículos depois do capítulo 10.

RESUMO DO LIVRO

A história começa com o sonho de Mardoqueu, um judeu funcionário da corte que passou a viver em Susa, após ter sido deportado por Nabucodonosor juntamente com Jeconias, rei de Judá. No sonho, Mardoqueu vê dois dragões avançando para o combate, enquanto a terra é assolada por trovões e terremotos. Os dragões lançam um rugido, dando início a um combate entre várias nações e o povo dos justos. Esse povo invoca a Deus e através de seu grito nasce um rio de águas caudalosas. Na seqüência os poderosos são devorados pelos humildes. Ao acordar, Mardoqueu se concentra no sonho, buscando de todas as maneiras decifrá-lo.

Algum tempo depois Mardoqueu percebe dois eunucos conversando sobre um plano para matar o rei. Antes que pudessem executá-lo, Mardoqueu os denuncia ao monarca, que após torturá-los e ouvir as suas confissões os envia ao suplício. Diante dessa demonstração de fidelidade, o rei confia a Mardoqueu uma função no palácio e o recompensa com presentes. Amã, homem de confiança do rei, planejando matar Mardoqueu por causa dos dois eunucos, convence o rei a escrever uma carta aos governantes das províncias e aos chefes de distrito, ordenando que todas as pessoas cujos nomes estivessem nela sejam exterminados. Amã acusa os judeus de serem um povo mal intencionado, possuidor de leis estranhas e hostil aos interesses do rei.

Diante do conteúdo da carta, Mardoqueu ora ao Senhor, dizendo que até se ajoelharia diante de Amã caso isso proporcionasse salvação para Israel. Mas sua recusa em fazê-lo se dá no intuito de evitar que a glória de um homem seja posta acima da glória de Deus.


A rainha Ester (judia como Mardoqueu), sabendo do conteúdo da carta, despoja-se de suas vestes reais e veste-se de luto, buscando refúgio no Senhor. Entendendo que a situação havia sido provocada pelo pecado de idolatria cometido pelo povo, ela alega inocência, dizendo jamais ter bebido o vinho das libações e comido na mesa de Amã.

Após o término da oração, Ester deixa as vestes de súplica e comparece diante do rei de forma esplendorosa. Ao se colocar diante dele, desmaia, comovendo o coração do rei. O episódio faz com que o rei mude de idéia e redija uma nova carta, onde reconhece ter sido influenciado por Amã. O rei determina que a nova carta seja afixada em todos os lugares, permitindo que os judeus sigam livremente suas próprias leis. Amã acaba sendo enforcado por ordem do rei.

Mardoqueu lembra-se de seu sonho, e interpreta a visão dos dois dragões com sendo ele e Amã; o rio com sendo Ester; e os povos como sendo aqueles que se coligaram para extinguir os judeus.


Mardoqueu, diante de tudo o que aconteceu, entende que Deus fez justiça à sua herança, e por isso, os dias quatorze e quinze do mês de Adar, seriam dias de regozijo, para todo o sempre.

Bibliografia:

BÍBLIA KING JAMES: versão digital. Petrópolis, RJ: Vozes, 1982.

MONLOUBOU l.; LÉVÊQUE J.; PREÉVOST J. P.; GRELOT P.; AUNEAU J.; GILBERT P. M.; SAULNIER Ch. Os Salmos e outros Escritos. São Paulo: Paulus, 1996.

Crédito da imagem:

Ester no vitral (detalhe)
1240
Sainte-Chapelle, Paris

2 comentários:

  1. olá, cheguei ao seu blog enquanto pesquisava na internet acerca dos acréscimos ao livro de Ester na versão grega, pois estou coletando algumas informações sobre o livro para minha dissertação de mestrado. você se importaria de entrar em contato comigo por email? se não for muito trabalho, eu agradeceria. giuliana_andrea@yahoo.com.br

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  2. Boa tarde! Acabei de ler o conteúdo que você postou. Estou estudando o livro de Ester. Você não teria mais conteúdo sobre o contexto histórico sobre o livro?

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