Há,
no hebraico, duas palavras muito parecidas: qodesh (Ex 16,23) e qadesh (Gn
38,21; Dt 23,17). A primeira geralmente é traduzida por “santo” e a segunda por
“prostituto cultual”. A razão da semelhança entre as palavras é simples: ambas
servem para designar uma pessoa que desempenha função considerada sagrada
(“separada” do profano).
Mas
a expressão “prostituto(a) cultual” como tradução para a palavra qadesh (na
forma feminina = “qedeshah”) não me parece adequada. Algumas Bíblias registram
um erro grave: associam os termos “qadesh/qedeshah” à “sodomita”, palavra
descaradamente inventada. Aliás, o termo “sodomita” deveria ser riscado das
Bíblias (tanto no AT como no NT).
Aos
interessados no assunto, sugiro duas obras:
L. K. McLure
and C. A. Faraone (Eds), Prostitutes and Courtesans in the Ancient
World. Madison, Wisconsin: University of Wisconsin Press, 2006.
Stephanie Budin, The
Myth of Sacred Prostitution in Antiquity. New
York: Cambridge University Press, 2008.
Jones Mendonça
Entendi seu comentário sobre o significado da palavra "sodomita" que no seu sentido inicial seria somente um habitante de Sodoma.
ResponderExcluirO engraçado é que duas cidades foram destruídas na ocasião, Sodoma e Gomorra e somente o termo sodomita entrou para os léxicos!
Precisamos sim estudar e atentar para os verdadeiros significados de alguns temos bíblicos!
Jones, a tese dos dois livros é a mesma? Budin diz que se trata de mito a designação de prostitutos ou prostitutas cultuais. Mas e McLure, qual é a posição defendida?
ResponderExcluirBaixei o livro no libgen.is para ler mais tarde. Ainda não fiz a leitura por falta de tempo. Caso queira dar uma olhada, eis o link: http://libgen.is/book/index.php?md5=4E1CC077722843F8D833A7C6F7F0BD4C
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