quinta-feira, 17 de abril de 2014

ALEGORIA EM JUSTINO E NO TALMUDE

Interpretar as Escrituras alegoricamente era a última moda nos primeiros séculos, tanto entre os judeus como entre os primeiros padres. Ex 17,11-12, por exemplo, foi interpretado de maneira bastante curiosa por Justino Mártir em “Diálogo com Trifão”: 
Quando o povo [de Israel] fazia a guerra contra Amalec [...] Moisés orava a Deus com as mãos estendidas. Hur e Aarão as sustentavam o dia todo, para que elas não se abaixassem por causa do cansaço. [...] Moisés orava dessa forma, mas porque ele formava o sinal da cruz, pois era o nome de Jesus que comandava a batalha (Diál. 90,4-5).

A exegese judaica desse mesmo texto, expressa no Talmude, não fica atrás: 
E acontecia que, quando Moisés mantinha as mãos levantadas, Israel prevalecia [...]. Mas, poderiam as mãos de Moisés vencer ou perder a batalha? Na verdade, isto é para mostrar-lhes que, enquanto Israel olhava para o alto e submetia o coração ao seu Pai nos céus, ele prevalecia, mas caso contrário, ele caía (Mishná Rosh Hashaná3,8). 



Jones F. Mendonça

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