A mídia tem divulgado diariamente o revolta popular que tem tomado conta do Egito. Eis um resumo dos acontecimentos.
Tudo começou com Muhammad Bouaziz, um jovem tunisiano que só queria vender suas verduras em paz. Ele pôs fogo no próprio corpo como protesto às propinas cobradas por policiais corruptos. As chamas do corpo de Bouaziz espalharam-se pela Tunísia.
Inspirados na revolta popular tunisiana o povo egípcio, que possui 40% da população vivendo com menos de dois dólares por dia, tomou as ruas do país, pedindo a saída do presidente Hosni Mubarak.
O Egito possui localização estratégica, pois está situado entre a África, Oriente Médio e Ásia. Além disso, o Canal de Suez, nacionalizado em 1956, faz ligação entre a Europa e a Ásia e é utilizado por 7% do transporte marítimo mundial. O país também é vizinho de Israel, com quem já travou algumas guerras.
O presidente Hosni Mubarak enfrenta duas fortes oposições: 1) A irmandade muçulmana, que busca eliminar a influência ocidental e implantar a Shariá, código islâmico baseado no Corão; 2) Democratas pró-ocidentais, interessados em construir um Estado muçulmano secular, à semelhança da Turquia.
Se o Egito cair nas mãos da irmandade muçulmana as conseqüências podem ser explosivas. O Egito é, ao lado da Jordânia, o único país a reconhecer o Estado de Israel. Se os fundamentalistas islâmicos tomarem o poder o Hamas e o Hezbolah serão fortalecidos, desestabilizando ainda mais o já instável Oriente Médio.
Uma pesquisa recente do Pew poll mostrou que 59% dos egípcios favorece os islamistas e somente 27% quer os modernistas no poder. Com estes dados, dá pra ter uma idéia do rumo que a “revolução” vai tomar...