Antes da abolição da escravatura circulou no Brasil um dicionário enciclopédico de autoria de Araújo Correia Lacerda. Ele assim definia o negro: “escravo, preto; que macula, denigre, calunia; horrível, hediondo, medonho, tenebroso, malvado, cruel”[1]. Tal definição parece pouco crível, mas é verdade.
Vejamos agora um Código de Postura que vigorava em São Paulo:
Art. 46 – São proibidos na cidade os bailes de pretos (de qualquer natureza), salvo com licença de autoridade policial: multa de 10$ e três dias de prisão”[2].
Art. 62 – São proibidas as cantorias e danças de pretos se não pagarem os chefes de tais divertimentos o imposto de 10$[3].
“Então não haverá nem judeu nem negro, nem bárbaro nem cita, nem escravo nem livre, mas somente Cristo que será tudo em todos” (Col 3,11).
Negro, grego... que diferença faz!
Notas:
[1] DOMINGUES, Petrônio. Uma história não contada: Negro, racismo e branqueamento em São Paulo: SENAC, 2003, p. 7.
[2] CLMSP (São Paulo: Tip. Correio Paulistano, 1883), p. 270, Postura Municipal de Amparo apud DOMINGUES, Petrônio. Uma história não contada: Negro, racismo e branqueamento em São Paulo: SENAC, 2003, p.36
[3] CLMSP (São Paulo: Tip. Correio Paulistano, 1887), p. 291, Postura Municipal de Paranapanema apud DOMINGUES, Petrônio. Uma história não contada: Negro, racismo e branqueamento em São Paulo: SENAC, 2003, p.36.
kkkkk essa de Negro e grego foi boa...mas ser grego com esta crise não tem sido uma coisa muito boa...!
ResponderExcluirCerta vez eu estava voltando de Pelotas para minha cidade de predominância alemã quando passamos pelo maior cemitério - ecumênico - da cidade, onde estava acontecendo um enterro umbandista, com todos de branco, ao seus costumes. Quase todos os passageiros do ônibus se levantaram para assistir ao "espetáculo" e a maioria praguejou com palavras de todo tipo. Quando eles constroem igrejas super ostentadas para um deus que preza a humildade e a igualdade não é estranho...
ResponderExcluirQuando o Brasil se envolveu na II Guerra se juntando às tropas aliadas, por pura pressão dos EUA(que defendia os judeus e tratava os negros como animais), o governo mandou equipes aqui para o sul, proibindo todos imigrantes de falar alemão e APORTUGUESANDO até o nome das pessoas. Tem uma senhora, a dona "Irmgardt", que ficou se chamando "IRMENGARDA"... Além disso, a maioria dos infelizes parou até de ir a escola por que nem o professor - pastor luterano - falava português! Com que direito fizeram isso? E por que? Que culpa os pobres agricultores tinham de alguns idiotas de Porto Alegre aderirem ao partido Nazista? Os coitados saíram da Pomerânia antes mesmo de o partido Nazista existir... Super injusto, preconceito! Mas mais tarde, eles não permitiram que os negros, descendentes de escravos, freqüentassem os seus clubes e sociedades recreativas... Por que?
Uma vez vi um documentário que mostrava uma experiência comportamental. Naquele estudo, eles pediam para as pessoas distribuírem um molho apimentadíssimo para um grande grupo de pessoas comer. As pessoas distribuíam em porções iguais, para que ninguém tivesse que sofrer comendo mais daquele molho horrendo. Depois os cientistas dividiram o grande grupo em dois, e sem anunciar mais nada além da divisão, pediram as pessoas que distribuíssem mais molho apimentado. Desta vez eles colocaram menos molho nos seus pratinhos e encheram os pratinhos das pessoas do outro grupo. Por quê? Quando questionados sobre o motivo dessa desigualdade eles responderam: - Não sei.
Preconceito é uma questão primitiva, relacionada a nossa sobrevivência em grupos, sei lá... A igualdade é, com certeza, o melhor patamar social, mas mesmo com todos os esforços, sempre haverá essa depreciação entre grupos. Não adianta nós querermos mascarar isso. Já fui chamado de "alemão" de forma depreciativa e já vi muitos brancos(não só germano-descendentes) dizerem coisas horríveis sobre os negros. Antes de aprender a IGUALDADE de Cristo as pessoas tem que aprender o PERDÃO de Cristo.
Falando em preconceito, há um filme de animação baseado numa História em Quadrinhos("Valsa com Bashir"), que conta a história de um soldado do exército israelense querendo se lembrar da sua participação na guerra do Líbano. Ele suspeita que pode ter participado do lamentável massacre ocorrido em Sabra e Chatilla, onde centenas de Palestinos foram mortos em 1982.
ResponderExcluirNão é uma história feliz, mas através do desenho o filme conta a história do episódio através de uma atmosfera interessante.
É só uma dica... Você que estuda tanto sobre a história daquele lugar, talvez lhe interesse. De qualquer maneira, é um bom filme.