Uma campanha patrocinada pelo movimento “Nossa Terra de Israel”, liderada pelo Rabino Shalom Dov VOLPO e o ativista Baruch Marzel tem causado polêmica. O grupo promoveu a distribuição de cartazes contendo a frase “para construir o Templo rapidamente em nossos dias”. A imagem do templo reconstruído estampada nos cartazes supõe a destruição da Mesquita Al Aqsa e do Domo da Rocha, já que elas não aparecem na imagem do novo templo. Esses locais são considerados sagrados pelos muçulmanos.
Falando ao The Jerusalem Post, no domingo, Marzel disse que não foi um erro a ausência dos santuários islâmicos na imagem do cartaz.
“Estamos representando a verdade, na frente de todos, e dizer em voz alta o que cada judeu acredita”, Marzel disse ainda que “O Terceiro Templo precisa ser construído de imediato no Monte do Templo e a mesquita não deveria estar lá”.
Com relação à campanha, VOLPO disse que Israel está tomando fôlego para a vinda do Messias e a reconstrução do templo.
“Os árabes e o presidente Obama sabem que o Templo será construído no Monte do Templo”, disse ele. “Em vez de as instalações provisórias que estão lá hoje”.
A opinião do Numinosum:
A imprensa fala muito do “radicalismo islâmico” e pouco do “radicalismo judaico”. Outro erro é falar apenas em “terrorismo islâmico”. Vale lembrar que o primeiro grupo terrorista surgido na Palestina era judaico, o IRGUN (Organização Militar do Povo). Nem mesmo um livro que faz apologia ao governo de Israel pode negar esse fato:
“Antes do estabelecimento do Estado de Israel, grupos dissidentes – não sobre controle da Agência Judaica (o governo pré-Israel) ou da Hagganah (o exército oficial pré-Israel) – bombardearam o quartel-general do governo colonial britânico, localizado numa ala do Hotel King David, matando 91 pessoas”[1].
Em relação ao trecho: “não sobre controle da Agência Judaica [...] ou da Hagganah”, é claro que um livro pró-Israel vai negar que esse grupo terrorista agia com o consentimento da liderança judaica oficial. Isso não é muito diferente do que faz a atual liderança palestina.
Resumindo, não há nenhum mocinho nessa história.
Ótimas referências aos atos de terrorismo cometidos por grupos sionistas podem ser lidos na seguinte obra:
TERRA, J. M. A questão da Palestina. São Paulo: Loyola, 2003.
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