1. Em seu Comentário ao Gênesis, Agostinho de Hipona oferece respostas a muitas perguntas que provavelmente inquietavam os teólogos de seu tempo. Por exemplo: “por que Adão nomeou aves e animais terrestres, mas não nomeou os peixes?” (Livro IX, capítulo XI). Como se vê, trata-se de uma pergunta ex-tre-ma-men-te, relevante. Bem, Agostinho foi fruto do seu tempo. Coisa da época. Deixemos o teólogo africano em paz. Mas o que preocupava Agostinho de verdade era o papel da mulher na criação. Por que Deus não optou por criar outro homem? Não teria sido (segundo ele, não eu) muito mais útil, muito mais sensato e racional? Não. Ele explica.
2. Agostinho apresenta duas boas razões para Deus ter criado uma mulher, e não um homem, para lhe fazer companhia. Vamos lá. Resposta número 1: a mulher foi criada para gerar filhos, ou, como ele diz, “para ajudá-lo a semear o gênero humano”. Para ajudar o primeiro homem a cultivar o jardim o melhor teria sido um homem, mas para “espalhar sementes”, uma mulher seria mais apropriada. Resposta número 2: Caso Deus tivesse criado outro homem, em igual nível de autoridade, estaria promovendo a discórdia. Era preciso criar uma mulher, submissa ao homem, de forma que pudesse cumprir suas ordens com obediência exemplar.
3. A mulher, para Agostinho, é um "útero-servil".
Jones F. Mendonça
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