No século VIII
a.C., enquanto profetas bíblicos como Amós denunciavam as injustiças cometidas
pelo rei e pelos sacerdotes do norte de Israel, Hesíodo escrevia sua Teogonia,
texto poético destinado a explicar a origem dos deuses e dos fenômenos cósmicos.
Ainda não era uma busca fundamentada na razão, mas já revelava preocupação com
as causas primeiras. Não seria exagero dizer que foram os poetas, com sua
linguagem mítico-fantástica, que abriram caminho para o desenvolvimento
das cosmogonias filosóficas e, portanto, da filosofia. Uma segunda contribuição foi a religião grega,
livre de dogmas rígidos, de textos sagrados revelados e de guardiões da “reta doutrina”. Esse modo de articular a religião favoreceu o desenvolvimento
do livre pensamento e do debate de ideias. A autonomia das cidades, seu grau de
bem-estar e liberdade política, foram o solo fértil para que as sementes da
filosofia finalmente germinassem.
Jones F. Mendonça
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