Chegaram
da palestra com aquele papo de mensagem subliminar. Torci logo o nariz. Isso
foi em 94 ou 95. Mas tinha em casa tudo o que precisava: uma velha vitrola e
dois LPs que diziam ser “dos infernos”. Inverti os fios do motor da vitrola
para que rodasse ao contrário, pus o LP no prato e a chiadeira logo começou.
Pensei: caíram na conversa mole desses fundamentalistas paranoicos.
Mas
eis que num trecho deu pra ouvir: “corre, corre, quero fumar!”. O silêncio foi
geral. Eu, cético como sempre, não me dei por vencido e pedi pra colocar outra
música, afinal tudo fora muito rápido. Mais chiadeira. Mas então deu pra
perceber que havia entrado o refrão e todos ouvimos claramente: “a [...] nas
trevas vive, acho que a virgem quer mudar de nome!”. Houve um silêncio
apocalíptico. Todos com um olhão desse tamanho!
Bem,
eu não sei quem colocou a frase nos trilhos do LP e nem a razão. Se foi por
pacto, se foi por brincadeira, se foi por marketing. Mas que foi uma noite
muito da mal dormida, ah, foi!
Jones F. Mendonça
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