Irã, 1978. O xá, Mohammad Reza Pahlavi, vinha tentando modernizar o país, mas acabou mergulhando o Irã no caos. Interessados no petróleo, os EUA e a Inglaterra o apoiaram. Enquanto isso, na França, exilado, o líder xiita Aiatolá Khomeini articulava a revolução e queda do xá. Seus pronunciamentos, transmitidos por telefone, eram gravados por seus seguidores e vendidos ao povo iraniano. O exército combatia os opositores do governo com violência. Teerã se transformou numa zona de guerra.
Com
câncer e gozando de pouca popularidade, o xá fugiu do país em janeiro de 1979,
abrindo espaço para o retorno do Aiatolá, que depôs o primeiro ministro Shapour
Bakhtiar e criou uma república islâmica. O governo de Khomeini mostrou-se ainda
mais violento que o do xá, apesar de suas promessas de “libertar o Irã da
opressão”. Os costumes ocidentais, tais como maquiagem, jogo, cinema e música
foram proibidos. Simpatizantes do xá foram perseguidos e executados.
No
meio dessa confusão estava a família de Marjane Satrapi, uma menina de apenas
dez anos que se viu obrigada a aceitar as rígidas imposições do regime
islâmico. Aos 14 ela foi enviada para a Áustria por seus pais, que temiam a
crescente violência que assolava o país. Marjani cresceu e escreveu um
belíssimo livro em forma que quadrinhos: Persépolis. Nele ela relata suas
angústias, aspirações e decepções em um mundo governado por muitos interesses
(e ainda há que veja o mundo em preto e branco!).
Meu
filho tem 12 anos, quase a mesma idade de Marjane quando irrompeu a revolução
islâmica no Irã. Pensei que seria uma
boa leitura para suas férias. Até o momento ele tem se debruçado sobre o livro
com muito interesse (mais pelo humor da autora e a qualidade dos desenhos que pelo aspecto político,
confesso). Marjane não critica apenas os fanáticos religiosos muçulmanos.
Também sobram críticas (algumas vezes bem sutis) para a política de alguns
países ocidentais. Ah, mais um detalhe, os diálogos de Marjane com Deus (nem
sempre amistosos) são uma barato. Se você tem um filho ou uma filha de doze
anos, fica a sugestão.
Caso prefira assistir à animação, eis o vídeo:
Jones
F. Mendonça
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