sábado, 6 de abril de 2013

SAI, ESTADO LAICO!

Mais uma do Latuff: 


5 comentários:

  1. E quando o outro diz que foram os orixás que deram a ele o mandato, ainda assim é laico? É o sujo falando do mal lavado... não acha?

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  2. André, o motivo pelo qual a pessoa acredita que está numa posição governamental não tem importância nenhuma. A Dilma pode muito bem acreditar que é presidente porque Deus quis assim e o próprio Jesus a colocou ali. Mas veja que isso não quer dizer que a pessoa está impondo suas crenças à sociedade.

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  3. Anônimo,
    Entendo que a pessoa que professa alguma fé, tem essa fé como reguladora de sua conduta, moral, ética etc... a turma dos orixás são os mais favoráveis ao homossexualismo entre as religiões. Ou não é? Achar que a religião de alguém não o influencia em todos os campos de sua vida, parece ingenuidade! A não ser que só os crentes cometam esse pecado... o que seria puro preconceito pra cima dos crentes!

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  4. André, acho sim que o Jean deu uma enorme mancada ao atribuir sua vitória nas urnas aos Orixás. Não devia, como deputado eleito, fazer esse tipo de declaração (ainda mais no contexto de sua fala). No entanto acho que é importante o ponto que o anônimo destacou.

    Acho que num Estado que se diz laico, não pode haver justificativas religiosas (Deus disse..., A Bíblia diz...) para condenar ou aprovar determinadas práticas. Lutero, por exemplo, justificou a servidão usando um texto de Gênesis. Isso não pode.

    No caso da união civil entre pessoas do mesmo sexo é preciso fazer algumas reflexões. A igreja condena o divórcio, mas há uma lei que o regula (e muitos pastores se beneficiam dela). Ora, a união entre pessoas do mesmo sexo é um fato. Não vejo porque não regulá-la. A igreja pode continuar condenando (como faz com o divórcio), mas não deve se opor a sua regulamentação.

    Quanto à charge de Lattuf, o que ele destaca é a hipocrisia. A moral da bancada evangélica é muito "elevada" para tratar da sexualidade. Mas quando o assunto é dinheiro...



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  5. Acho que o mais grave não é ser contra o estado laico. O mais grave é querer impor um estado teocrático sem consenso. O Brasil é plural. Não é um clamor popular o desejo de vê-lo regulamentado por UMA das interpretações das leis bíblicas. Qualquer ato no sentido de fortalecer a influência religiosa sobre leis ou sobre a gestão pública pode ser considerado totalitarismo, golpe e má fé. Não bastasse ser um tema pra lá de superado no Ocidente (ao menos em tese), esta é uma condição que nem no Brasil colonial se levou à sério como querem os evangélicos atuais. Mesmo os católicos de carteirinha demonstram historicamente alguma tolerância ou permeabilidade pelo diferente, a ponto de não querer abrir mão do que já lhe faz parte do cotidiano, laico ou religioso. É um dado cultural nosso, impermeável a qualquer boçalidade fundamentalista. No cotidiano, o discurso totalitário cai por terra até para a mais cabeluda das beatas evangélicas. Quem dispensa um chazinho caboclo pra uma dor de barriga, ou um patuá contra olho gordo (mesmo que abençoado pelo pastor e feito com terrinha do túmulo de Moisés?) ou uma benzição contra bucho virado?

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