Diferentemente
do que pode parecer, o livro não trata apenas da relação entre o cristianismo
primitivo e as religiões mistéricas. Há muito mais. Como a obra é bastante extensa (possui 33
capítulos), farei uma breve apresentação dos 10 primeiros capítulos.
No
primeiro capítulo J. M. Blázquez (autor da maior parte do livro) trata sobre as
fontes para o conhecimento de Jesus: A Fonte Q, a autoria, data da redação e a
origem dos Evangelhos, as cartas paulinas e os evangelhos apócrifos (fontes
judaicas e romanas sobre Jesus são tratadas no capítulo IV). Em seguida, nos
capítulos II, III e IV, o mesmo autor trata sobre o mundo em que nasceu o
cristianismo, as seitas judaicas e a pessoa de Jesus (sua vida pública, idioma que
falava, família, pregação, interpretações de sua mensagem, etc.). O capítulo V,
ainda sob os cuidados de J. M. Blázquez trata sobre a estrutura social do
cristianismo primitivo. Temas como a situação social da mulher, o ambiente
urbano do cristianismo dos primeiros séculos e sua organização eclesiástica são
abordados pelo autor.
O
capítulo VI, escrito por Arminda Lozano Velilla, Catedrático de História Antiga
da Universidade Complutense de Madri, tem como foco o panorama religioso da
Ásia Menor na época helenístico-romana. Lozano apresenta algumas das principais
características das escolas filosóficas helenísticas desse período: platonismo, epicurismo,
estoicismo e cinismo. O culto ao imperador, a astrologia, a ideia monoteísta e
a religião solar também recebem atenção especial. O autor prossegue tratando
sobre as religiões pagãs e suas principais divindades (Cibele, Atis, Zeus,
etc.).
J.
M. Blázquez volta à cena nos capítulos VII e VIII. Seu interesse agora se volta
para a reação pagã ao cristianismo primitivo (Epícteto, Crescente, Frontón,
Luciano de Samosata, Marco Aurélio, Apuleio, Hélio Aistides, Galeno, Celso,
Dion Cassio, Cipriano e Porfírio) e a resposta dos apologistas gregos e latinos
a esses ataques. Tertuliano recebe uma atenção especial no capítulo VIII (o
capítulo XI dedica algumas páginas aos demais apologistas).
Antonio
Piñero, autor do IX capítulo, aborda o gnosticismo e sua relação com o
cristianismo dos primeiros séculos. No capítulo X, marcando um novo retorno de
J. M. Blázquez, são discutidas as influências da filosofia grega nos pensadores
cristãos (se este último tema é do seu interesse, vale conferir este post) .
Bem,
ficam para um próximo post os demais capítulos dessa valiosa obra.
Jones
F. Mendonça
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