Dando continuidade à indicação de
livros que considero valiosos para a compreensão do chamado “mundo bíblico”
(Antigo e Novo Testamento) e do cristianismo primitivo, segue abaixo um breve
comentário sobre o seguinte livro:
JAEGER,
Werner. Cristianismo primitivo y paideia griega. México, DF, Fundo de
Cultura Económica del México, 1985, 151 páginas.
A
tese do autor: sem a expansão da cultura grega, promovida pelas conquistas de
Alexandre Magno, o cristianismo não teria se tornado uma religião universal. As
controvérsias dos séculos II e III entre homens de cultura formados na tradição
clássica (tais como Tácito, Marco Aurélio, Galeno e Celso) e cristãos também
são discutidas pelo autor. Para finalizar, Jeager discute a síntese do
pensamento grego e cristão, bem expresso nas obras de Basílio de Cesareia,
Gregorio Nasiaceno e Gregório de Nisa. A morte do autor impediu que seu
trabalho fosse concluído, por isso o livreto tem sido considerado (apenas?) um
esboço. Eis alguns pontos apresentados pelo autor na introdução da obra:
- O cristianismo era um movimento judeu, mas tanto os judeus da diáspora quanto os da Palestina estavam helenizados;
- Foram justamente os “helenistas” de Jerusalém que deram maior impulso à atividade missionária na Palestina;
- O grego era falado em todas as synagogai das cidades mediterrâneas;
- Paulo discursava aos judeus em grego com todas as sutilizas da lógica grega;
- O Antigo testamento era citado segundo a tradução grega dos Setenta (Septuaginta);
- A expressão “roda da criação” (cf. Tg 3,6) empregada por Tiago tem origem na religião órfica;
- O livro de Atos apresenta Paulo citando poetas gregos em seu discurso no areópago;
Jones
F. Mendonça
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