1. Quando a Reforma estourou, os camponeses começaram a alimentar esperanças pelo fim da servidão. Diziam: “Cristo libertou todos os homens!”. Lutero considerou a declaração problemática sob a perspectiva teológica, social, política e econômica. Então disse assim:
Abraão e os outros patriarcas não tinham escravos? [...] Um reino terreno não pode sobreviver se nele não houver uma desigualdade de pessoas, de modo que algumas sejam livres e outras presas, algumas soberanas outras súdita" (Lutero, Works, IV, p. 240).
2. Em Gaia Ciência (aforismo 358), Nietzsche resume bem a dupla natureza da Reforma: “Lutero fez no interior da ordem eclesiástica, portanto, precisamente o que combateu de forma intransigente na ordem civil – uma rebelião camponesa”.
3. Trocando em miúdos: Lutero combateu a hierarquia eclesiástica, mas sacralizou a hierarquia social.
Jones F. Mendonça
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