Nesta tela, de Włodzimierz Kohut
(2015), um Jesus no estilo bizantino aparece tipificado como jardineiro. Em sua
mão esquerda ele tem um regador, que derrama água em pessoas que “brotam” da
terra. Com a mão direita ele faz o sinal do pantocrator (bênção divina). A
tradição de representar Jesus como jardineiro é longa na história da arte
(inspirada em Jo 20,15).
Há paralelos interessantes entre
a narrativa da ressurreição joanina e o relato da criação. Veja que em Jo 20,22
Jesus sopra sobre seus discípulos como Javé em Gn 2,7.
“Javé elohim... soprou em suas narinas um hálito de vida” (Gn 2,7).“soprou sobre eles e lhes disse: “Recebei o Espírito Santo” (Jo 20,22).
Ao que parece Jesus é pintado no
quarto evangelho como uma espécie de novo Adão, restaurador do Éden (como na
interpretação tipológica paulina em 1Co 15,22.45). Em Jo 19,41 o sepulcro e o
local do sepultamento são situados num jardim. É no jardim que Jesus morre, é
no jardim que Jesus ressuscita. Jesus é o novo Adão no jardim restaurado.
Jones F. Mendonça
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