terça-feira, 20 de agosto de 2019

O CRIME DE GABAÁ E AS DANÇARINAS DE JAVÉ

A expressão “nesse tempo não havia rei em Israel” aparece quatro vezes no livro de Juízes (17,6; 18,1; 19,1; 21,25). Ela surge antes ou depois de uma ação moralmente condenável, como no caso do crime de Gabaá (capítulos 19-21).

Nessa história um grupo de benjamitas estupra e mata a concubina de um levita que havia se hospedado na casa de um homem das montanhas de Efraim. Indignado, o levita corta o corpo de sua concubina em doze partes e as envia às tribos de Israel denunciando o crime dos benjamitas.

As tribos entram em guerra contra os benjamitas e eles acabam derrotados. Em seguida fazem um juramento se comprometendo a jamais darem suas filhas em casamento aos benjamitas. Mas logo se dão conta do erro que cometeram: a falta de mulheres poderá levar a tribo de Benjamin à extinção. E agora, o que fazer?

A solução encontrada: 1) sequestrar 400 virgens de Jabes Galaad e matar o resto da população; 2) sequestrar mulheres de Silo, enquanto saem para dançar nas vinhas por ocasião de uma festa religiosa. Bem, a história não tem um final, digamos, inspirador sob o ponto de vista moral. É por isso que ela termina assim:

“Naqueles dias não havia rei em Israel, e cada um fazia o que lhe parecia correto” (21,25).



Jones F. Mendonça

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