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As
palavras hebraicas mais usadas para designar “homem” e “mulher” são “ish” e
“ishah”. Mas quando o texto quer enfatizar as diferenças sexuais usa “zakar”
(macho) e “neqebah” (fêmea). No verso “acaso um homem tem dores de parto” (Jr
30,6), a palavra traduzida por “homem” é “zakar”, termo que seria mais bem
traduzido por “macho”. É como se dissesse: “por acaso pode um macho
engravidar?”.
Curioso
é que “neqebah” (fêmea) é palavra da mesma raiz de “neqeb” (caverna, buraco, encaixe)
e do verbo naqab (furar, perfurar). “Zakar” (macho), por sua vez, vem de uma
raiz verbal que significa “fazer um marco/coluna” (um memorial). Os “memoriais”
de pedra, chamados de "zikron" (Is 57,8) ou “matzebah” (Gn 28,22), ao que tudo indica, eram símbolos
fálicos (como obeliscos egípcios).
Meu
palpite é que o verbo “zakar” (erguer um marco) foi usado inicialmente para
indicar o ato de erguer um "zikron" ou “matzebah”. Por desdobramento, passou a ser usado
como “relembrar” (não é essa a função dos marcos?). O verbo foi convertido em
substantivo designativo do macho ou por sua relação com a ação de erguer (alusão
ao pênis ereto) ou por sua relação com o zikron/matzebah (símbolo fálico).
Assim,
na origem dos termos, a fêmea (neqebah) teria sido pensada como “aquela que
possui a cavidade” (caverna) e o macho (zakar) como “aquele que penetra na
cavidade” (memorial, falo).
Jones
F. Mendonça
Não faria ressalvas.
ResponderExcluirZacar não seria "lembrar"?? Ou, aquele que lembra??
ResponderExcluirComo verbo, sim, como substantivo, não.
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