sábado, 10 de novembro de 2018

O BATISMO NA IGREJA PRIMITIVA

Hipólito de Roma, mais importante teólogo do século III, deixou registrado em sua “Tradição apostólica” diversas orientações acerca do batismo. No início do ritual algo bem estranho era feito: todos retiravam suas roupas, sendo que as mulheres, batizadas por último, ainda tinham que soltar os cabelos e remover todos os ornamentos. Bem, o que vem depois é o seguinte (quem fala é o próprio Hipólito):
Então o presbítero, tomando posse de cada um daqueles que serão batizados, ordenará que renuncie, dizendo: ‘Eu renuncio a ti, Satanás, e todos os teus servos e todas as tuas obras’. Então, depois destas coisas, deverá ser entregue ao presbítero que batiza, estando os candidatos em pé, na água, nus, acompanhados de um diácono, que deverá estar da mesma forma (Tradição apostólica, 21,11).
Hipólito nos conta que logo em seguida os candidatos eram convidados a confessar o Pai, o Filho e o Espírito Santo, para então se vestirem e seguirem para a igreja. Bem, eu fico pensado se a colocação das mulheres por último não era para impedir que os candidatos homens as vissem nuas. Ou será que a nudez, para eles, não era um problema como é para nós hoje?

Há quem pense (como Morton Smith) que o jovem coberto apenas por um lençol, em Mc 14,51-52, acabou tendo que fugir peladão porque participava de um ritual de batismo ministrado por Jesus no momento de sua prisão. Será?


Jones F. Mendonça

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