Tonta cultiva uma espécie de saudosismo doentio. Perde horas imersa em seu intestino de melancolias: sonha com suas fitas cassete da década de 80; lembra emocionada os cafunés da tia Mafalda; morre de saudade dos banhos mornos e coloridos de permanganato de potássio. É comum vê-la suspirando pelos cantos: “no meu tempo era tão bom...”. Certo dia pôs a tocar LP do Nirvana ao contrário. Diziam que ouviria conselhos atrozes do próprio Satanás. Mas era um juízo bom: “Acorda, Tonta, teu tempo é agora!”
Jones
F. Mendonça
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