1. De modo geral os exegetas medievais (judeus e cristãos) se perdiam em interpretações bíblicas sem pé nem cabeça, impulsionados pelo método alegórico. Mas estas duas ilustrações inseridas na p. 036v do manuscrito Speculum humanae salvationis (séc. XV) indicam que o artista percebeu um nítido paralelo entre At 2,1-13 e Gn 11,1-9.
2. Em Babel o povo afronta Deus; em Pentecostes se submete a Deus. Em Babel os povos se distanciam uns dos outros; em Pentecostes ele se reúnem em Jerusalém. Em Babel as línguas são confundidas; em Pentecostes todos voltam a falar "a mesma língua". Em Babel o povo tenta subir até Deus; em Pentecostes é o espírito divino que "desce" até o grupo reunido.
3. É possível (e até provável) que a composição tenha sido influenciada pela leitura de algum comentarista medieval. De uma boa olhada no manuscrito aqui.
Jones F. Mendonça
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