1. Muita gente tratando a representação de “Deus como mãe” exposta por Kivitz como mais uma invencionice kivitziana. Vale lembrar que Leonardo Boff escreveu “O rosto materno de Deus” em 1979. Inspirado na psicologia de profundidade de Carl Jung, Paul Tillich destacou, em “Reabrindo o problema trinitário” (escrito na década de 50!), que o protestantismo “praticamente expurgou o elemento feminino na expressão simbólica de nossa preocupação última”. Mas sempre será possível encontrar uma saída para que essa dimensão feminina se manifeste.
2. No universo pietista, por exemplo, não raro surgiam representações de Jesus bastante efeminadas. Entre os católicos Maria preencheu essa lacuna com muita força. No final da década de 90, quando explodiu o movimento “adoração extravagante”, algo curioso aconteceu. A igreja era comumente apresentada como mulher, como noiva à espera do noivo: Jesus. Nas capas dos CDs Jesus aparecia como guerreiro, com tatuagem na coxa, montado em um cavalo e cabelos soprados pelo vento. As canções falavam de beijos, abraços e toques amorosos. Eram até constrangedoras.
3. O feminino sempre esteve presente na piedade popular: escondido, velado, disfarçado. Mas sempre presente.
Jones F. Mendonça
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