Lendo uma coletânea de ensaios publicados em “The Book of Leviticus: composition and reception” (Brill, 2003), editado por Rolf Rendtorff e Robert A. Kukler, acabei conhecendo o trabalho da antropóloga britânica Mary Douglas. No capítulo 3 de “Pureza e perigo” (Perspectiva, 1976), ela reflete sobre “as abominações do Levítico”. Desde o judaísmo rabínico uma série de tentativas foi elaborada para explicar as (estranhas) restrições alimentares presentes no livro: os animais fariam mal à saúde, a proibição visaria impedir que os israelitas acolhessem costumes estrangeiros, etc. Mary Douglas desenvolveu uma tese diferente e inovadora. De forma básica, ela defende que as restrições precisam ser lidas à luz do relato sacerdotal da criação (Gn 1,1-2,4b). Aos que têm interesse no assunto, acho que vale dar uma conferida.
Jones F. Mendonça
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