
O autor explica que as Aserás eram
proibidas em textos deuteronomistas (Dt 7,15; 16,21), mas aceitos em textos
sacerdotais como símbolo do sacerdócio aarônico. Aproximações de sentido entre a
raiz hebraica da palavra “Aserá” (Álef, Sin, Resh) e a palavra “Bênção” (beyt,
resh, khaf) seriam outros indícios. Os sacerdotes aarônicos são fontes de
bênção (Nm 6,22-27), assim como nas inscrições nas quais Javé aparece ao lado
de Aserá:
“Bendito é Uriahu por Javé e Aserá”;
“Eu te abençoo por Javé de Samaria e Aserá”;
“Eu te abençoo por Javé de Teman e Aserá; Que
ele te abençoe e te guarde”.
As
consoantes de “Aserá” tem um sentido muito próximo de “Bênção”, como no paralelismo
do Salmo 72,17:
Nele
sejam abençoadas (Beyt, resh, Khaf) as raças todas da terra,
e
todas as nações o proclamem bem-aventurado! (Álef, Sin, Resh).
Assim, o relato presente em Nm
20,20-25 (florescimento do cajado de Aarão) seria um conto etiológico sacerdotal
usado para legitimar o sacerdócio aarônico e justificar a presença de um símbolo
associado à idolatria.
A história seria uma contrapartida do relato não-sacerdotal da serpente de bronze (Nm 21,4-9), que é uma etiologia da serpente de cobre Nehushtan destruída por Ezequias (2Rs 18, 4), e que atribui os poderes de reavivamento desse objeto à vontade de Javé, conforme realizado por meio da autoridade exclusiva de Moisés.
A história seria uma contrapartida do relato não-sacerdotal da serpente de bronze (Nm 21,4-9), que é uma etiologia da serpente de cobre Nehushtan destruída por Ezequias (2Rs 18, 4), e que atribui os poderes de reavivamento desse objeto à vontade de Javé, conforme realizado por meio da autoridade exclusiva de Moisés.
Jones F. Mendonça