1. Quando traduzido literalmente, Eclesiastes 11,15 fica desse jeito: “Assim como não conheces o caminho do vento ou dos OSSOS (עצם) no ventre da CHEIA (מלא), também não conheces a obra de Deus”. Ficou confusa a tradução?
2. Tendo em mente que os “ossos” são uma referência aos ossos do “embrião” e o “cheia” faz um apelo visual à aparência da “grávida”, tudo se esclarece. Assim, temos: “...ou do EMBRIÃO no ventre da GRÁVIDA”.
3. A palavra “embrião” (גלם) reaparece em algumas Bíblias em português no Sl 139,16. Veja:
Teus olhos viam o meu EMBRIÃO. No teu livro estão todos inscritos os dias que foram fixados e cada um deles nele figura (Sl 139,16).
4. Neste caso, a palavra hebraica traduzida por embrião é outra, “golem”, termo de tradução difícil, porque só aparece uma única vez na Bíblia Hebraica (trata-se de um hápax legomenon).
5. “Golem” vem da raiz verbal “galam”, cujo sentido é “dobrar”, “enrolar”. O feto aqui é chamado de “enrolado/enrugado”. Mais uma vez o apelo é visual, talvez obtido pela observação de fetos abortados ou removidos do ventre materno pela violência (Cf. 2Rs 8,12).
Jones F. Mendonça
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