No dia 28 deste mês os samaritanos comemoraram sua Páscoa no Monte Gerizim. Você pode conferir algumas fotos do ritual visitando o blog do arqueólogo Aren Maeir.
Prepare o seu estômago, o ritual é bem sangrento.
“Também ‘não comerás a lebre’. Por que razão? Isso quer dizer: não serás pederasta, nem imitarás aqueles que são assim. Porque a lebre, a cada ano, multiplica seu ânus. Ela tem tantos orifícios quanto o número de seus anos”.
“O que é dito [na Bíblia] não se detém nos limites da explicação literal e evidente, mas parece dar a entender uma realidade que é muito mais difícil de conhecer pela multidão, realidade que reconhecem os que fazem passar o inteligível antes do sensível e são capazes de ver”[4].
“A letra beit é a segunda letra do alfabeto e também simboliza o número dois. O que nos ensina que para criar o texto bíblico foram necessárias pelo menos duas pessoas: Deus e o seu parceiro, o ser humano.”[7].
“O beit é a letra de bênção (berakhá) e o aleph a da maldição (arirá)[8].
“As escrituras não são um livro fechado, e a revelação não é um fato histórico que ocorreu numa época distante. Elas se renovam sempre que um judeu se defronta com o texto, abra-se para ele e o aplica suas circunstâncias pessoais”[9].
“A Estela Merneptah é realmente uma prova de que houve um grupo de pessoas chamado Israel no final do século 13 a.C. Não há como discutir sobre isso. [...] mas o que dizer sobre o Êxodo? Ou a ascensão de Israel em Canaã? Ou o tamanho e a localização desse grupo de pessoas?”.
“...este é um processo longo. A arqueologia é estratificada e a história também é estratificada [...] No fundo, houve um movimento de pessoas dentro e fora do Egito no final da Idade do Bronze e da Idade do Ferro, e uma memória foi desenvolvida sobre um possível evento antigo, e depois essa memória ganhou importância e foi transmitida oralmente por várias gerações até que finalmente se tornou a história do Êxodo por escrito. Não estou dizendo que não há qualquer germe histórico nela. Você nunca vai me ver dizer isso. Mas eu não vejo isso como totalmente histórico também”.
“Não há nenhuma evidência de um movimento de grandes grupos de pessoas. Não há possibilidade, no fundo da dominação egípcia de Canaã no século 13 a.C., de pessoas marchando para a terra, e assim por diante. A maioria dos israelitas vieram dos cananeus locais do segundo milênio a.C. Por um lado a história do Êxodo na Bíblia retrata realidades eternas, e por outro as realidades específicas da Idade do Ferro. É possível que haja algum tipo de memória por trás da história. Pronto, esta é a minha resposta”.
“Por exemplo, Etzion Geber, Cades-Barnéia, lugares que são mencionadas especificamente, que são fundamentais para a história da peregrinação no deserto e que não foram habitadas no Bronze Tardio”.
"Eu acho que suas escavações são importantes. Eles nos fornecem informações importantes sobre Jerusalém na Idade do Ferro. Mas não vejo qualquer ligação entre as escavações e o palácio do rei Davi. Eilat Mazar lê o texto bíblico literalmente. A Bíblia diz que Davi "desceu", e David "subiu", e David foi "para a esquerda", e David foi "para direita" e assim por diante. Eu não acho que se deva fazer isso. Há muitas camadas no texto bíblico. Não é um guia para a topografia de Jerusalém. Em minha opinião, ter a Bíblia como um guia para a topografia de Jerusalém no século X a.C. diminui o texto da Bíblia. Este é o tipo de arqueologia bíblica que não pode mais ser feito".