1. Os primeiros a notarem que o Pentateuco não pode ter sido escrito por um único autor foram os sábios judeus, convencidos de que a morte de Moisés não poderia ter sido registrada pelo próprio profeta. No final da Idade Média novos trechos foram sendo colocados em dúvida. Um exemplo: de acordo com Gn 14,14 Abraão perseguiu quatro reis que haviam sequestrado Ló e seus bens “até Dã”. Ora, o território da Dã só passou a existir quando os israelitas, liderados por Josué, atravessaram o Jordão e ocuparam a terra, que foi distribuída entre as tribos.
quinta-feira, 28 de agosto de 2025
É CLARO QUE MOISÉS NÃO É O AUTOR DO PENTATEUCO
1. Os primeiros a notarem que o Pentateuco não pode ter sido escrito por um único autor foram os sábios judeus, convencidos de que a morte de Moisés não poderia ter sido registrada pelo próprio profeta. No final da Idade Média novos trechos foram sendo colocados em dúvida. Um exemplo: de acordo com Gn 14,14 Abraão perseguiu quatro reis que haviam sequestrado Ló e seus bens “até Dã”. Ora, o território da Dã só passou a existir quando os israelitas, liderados por Josué, atravessaram o Jordão e ocuparam a terra, que foi distribuída entre as tribos.
sexta-feira, 25 de julho de 2025
HIPÓTESE DOCUMENTAL, REDAÇÃO CONTINUADA E CÍRCULOS NARRATIVOS
1. No capítulo 10 do Gênesis o leitor é informado a respeito dos “clãs” e das “LÍNGUAS” faladas pelos descendentes de Noé: Jafé, Cam e Sem (Gn 10,5.20.31). Mas já no capítulo seguinte esse mesmo leitor se depara com esta surpreendente declaração: “Havia em todo o mundo UMA ÚNICA LÍNGUA e um único idioma”. Afinal, havia "muitas línguas" ou "uma única língua"? Sigamos.
quarta-feira, 16 de julho de 2025
LUTERO, ARISTÓTELES E OS COMETAS
1. No final do segundo volume de suas “Preleções ao Gênesis” (1535-1545), Lutero discorre sobre o arco-íris, fenômeno visual apresentado nas linhas da Bíblia como sinal da aliança entre Deus e os seres vivos, cuja finalidade é funcionar com memorial-garantia, assegurando que a terra jamais seria destruída novamente pelas águas (Gn 9,8-17).
sexta-feira, 6 de junho de 2025
QUEM ESCREVEU A BÍBLIA?
segunda-feira, 16 de dezembro de 2024
O LIVRO DO LEVÍTICO E O NARIZ PROIBIDO
1. De acordo com algumas traduções do livro bíblico de Levítico, o texto de Lv 21,18 diz que nenhum homem que possua "nariz chato" (haram) poderá oferecer ofertas queimadas a Deus. Acontece que "haram" não significa "nariz chato" nem aqui nem na China. Vale destacar que a palavra "nariz" sequer existe no texto. "Haram" reaparece, por exemplo, em Js 11,21: "Josué os destruiu (haram), juntamente com suas cidades".
quinta-feira, 13 de janeiro de 2022
NAZIREUS, CABELO E VINHO
segunda-feira, 12 de abril de 2021
SOBRE AS RESTRIÇÕES ALIMENTARES NO LEVÍTICO
sexta-feira, 15 de janeiro de 2021
SOBRE O "ÊXODO HISTÓRICO"
1. A ausência no nome “Israel” e referências ao Templo na Canção do Mar (a canção seria muito antiga, talvez pré-israelita, preservada por sacerdotes levitas oriundos do Egito);
2. Ausência da tribo de Levi na Canção de Débora (os levitas, nesse tempo, ainda não haviam chegado à terra ou eram apenas um grupo de sacerdotes);
3. Nomes egípcios dados a levitas, como Hophni, Hur, Merari, Mushi, Fineias e Moisés.
4. A tentativa, por parte das fontes atribuídas a sacerdotes levitas (E, P e D), de identificar divindades adoradas pelos patriarcas (sob o epíteto "El") com o recém-chegado YHWH (Cf. Ex 3; 6).
5. Paralelos arquitetônicos entre o Templo/arca da aliança e elementos do culto egípcio (a circuncisão também era praticada no Egito).
6. A ênfase das fontes levíticas E, P e D em ordenarem que não se deve maltratar estrangeiros.
Lei ao texto completo no TheTorah.
Jones F. Mendonça
sábado, 2 de janeiro de 2021
JOSÉ COMO CONTO SAPIENCIAL
1. Em seu comentário ao livro de Gênesis (1949), von Rad destacou o “notável parentesco” da história de José com a sabedoria antiga. José é representado na história como uma espécie de manifestação concreta das virtudes exaltadas no livro de Provérbios: é paciente, piedoso, sábio, foge da mulher estrangeira, não retribui o mal com o mal, etc. Seria a história de José um conto sapiencial?
2. Em ensaio publicado em “The Book of Genesis” (Brill, 2012, p. 232-261), Michael V. Fox acolhe parcialmente a tese de von Rad (vê afinidade entre o relato e a tradição sapiencial), mas entende que a história não tinha a finalidade de instruir discípulos nas diversas virtudes da sabedoria. Sua principal intenção seria enfatizar “a desgraça e a reabilitação de um servo”, ensinando que os sábios também estão sujeitos às vicissitudes da vida (cf, Ecl 9,11).
Jones F. Mendonça
quinta-feira, 4 de junho de 2020
CAIM E ABEL, POR WILLIAM BLAKE
sexta-feira, 10 de abril de 2020
NOTAS SOBRE DEUTERONÔMIO 26
- Um enlutado fica impuro por estar na mesma tenda que um cadáver por manuseá-lo durante o enterro ou pelo contato com outras pessoas que se tornaram impuras de uma dessas maneiras. Em tais condições qualquer alimento que ele tocasse se tornaria impuro.
- Um enlutado fica impuro ao usar parte do dízimo em uma refeição fúnebre.
- Os antigos acreditavam que os vivos podem ajudar os espíritos dos mortos no Sheol, fornecendo-lhes comida e bebida. Essa prática foi difundida no mundo antigo e também é atestada entre alguns judeus nos períodos do Segundo Templo e depois, como em Tobias 4,17: “Derrame seu pão e vinho na tumba dos justos e não dê para os pecadores”. Em algumas sepulturas escavadas em Samaria, capital do Reino do Norte, foram encontrados buracos no chão, semelhantes aos encontrados nas tumbas de Ugarit, que serviam de receptáculo para alimentos e bebidas oferecidas aos mortos. A Torá não proíbe essa prática, mas, como o contato com os mortos é profanado ritualmente, proíbe o uso do dízimo por ela.