Mostrando postagens com marcador Polêmica. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Polêmica. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 10 de junho de 2025

OS LEGENDÁRIOS E A ROTA DO CAÇADOR

1. Nas últimas décadas, diversos movimentos cristãos, como o G12, Impacto radical e Veredas Antigas, prometeram experiências transformadoras lançando mão de reuniões ou eventos voltados para o crescimento espiritual ou fortalecimento das famílias. Com os Legionários não é diferente. O objetivo central do movimento, de acordo com seu fundador, Chepe Putzu, é fazer com que os homens assumam seu papel como “sacerdotes do lar” e “retornem à sua configuração original”, espalhando pelo mundo um modelo de homem baseado na “masculinidade de Jesus”.

2. Para buscar essa “masculinidade perdida” são organizadas caminhadas, acampamentos e desafios físicos e psicológicos em regiões montanhosas, conduzidas de um modo muito parecido com os acampamentos militares: escaladas, pernoite em barracas, gritos de guerra, ritos de passagem, uso de insígnias, uniformes, etc. Caso você queira saber um pouco mais sobre os Legendários, o melhor caminho é ir na raiz, buscando informações a respeito de como o movimento nasceu e qual o seu projeto original.

3. Um bom começo é ler “A rota do caçador”, escrito por Chepe Putzu, guatemaleco conhecido como “Legendário número 3” (Jesus seria o Legendário n° 1). Você também pode conhecer algumas ideias do fundador assistindo entrevistas disponíveis no YouTube, de forma que possa tirar suas próprias conclusões. Muitas das críticas feitas aos Legendários são falsas ou distorcidas, focadas em boatos que raramente podem ser verificados. É nas ideias de Chepe Putzu que eu encontrei os maiores problemas.



Jones F. Mendonça

sexta-feira, 12 de junho de 2015

SOBRE DEUSES, IRA E SANGUE

Se você é dessas pessoas que adora repetir frases do tipo “ninguém zomba de Deus e sobrevive!” ou “ninguém toca no ungido do Senhor e sai vivo!”, mas não tem encontrado brinquedos "educativos" para seu filho, seus problemas acabaram. A empresa Jesus Christ Superstore acaba de lançar o brinquedo “Deus onipotente”. O bonequinho, representação do próprio Deus, vem com um Kalishnikov AK-47 para que seu filho possa reproduzir a ira divina em seus momentos de lazer. Caso você não seja cristão mas queira descarregar todo o seu ressentimento acumulado, a Christ Superstore também pode ajudá-lo: há bonequinhos de jihadistas muçulmanos e outras figuras religiosas (Shiva, Krishna, Buda, um rabino e até o Papa) com os armamentos mais diversos. Veja mais aqui, aqui e aqui




quarta-feira, 10 de junho de 2015

O CRISTO, A CRUZ E OS OPRIMIDOS

Embora o protesto da transexual na parada gay tenha causado intensa polêmica, obras artísticas identificando o Cristo crucificado com os oprimidos é coisa antiga. Abaixo a ilustração de Charles Cullen (1929), impressa no livro "The Black Christ", de Countee Cullen


sexta-feira, 31 de outubro de 2014

ZÉ BOBINHO E O DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA

Zé Bobinho adora postar fotos de dias comemorativos no Facebook. É primavera: flores com abelhinhas lambuzadas de pólen. É dia internacional da mulher: beldades sorridentes com batom escarlate. É dia do soldado: fardados perfilados e bem alinhados com fuzis no ombro. É dia da consciência negra: [...].

Bem, neste dia Zé Bobinho fica extremamente irritado. Acha bobagem um dia da consciência negra. E protesta: Por que não um dia do amor? Da solidariedade? Do humano?

Confesso que não entendo Zé Bobinho (mentira, na verdade entendo muito bem o que se passa em sua cabeça).


Jones F. Mendonça

sábado, 3 de maio de 2014

SOMOS TODOS POLÊMICOS

“Todos viemos do pó e a ele retornaremos”: perspectiva judaico-cristã. “Todos seremos comidos pelo bicho da terra”: versão vulgar. “Todos somos deuses”: percepção hindu. “Todos temos a centelha divina”: perspectiva gnóstica. “Todos somos filhos das estrelas”: concepção científica. “Todos temos um ancestral comum”: perspectiva darwinista. “Todos somos macacos”: Perspectiva do Neymar. No fundo (cada qual com sua crença) todos querem dizer a mesma coisa: todos somos iguais.


Uns fizeram uso político. Outros viram uma oportunidade para ganhar uns trocados. E deu essa polêmica toda...


Jones F. Mendonça

domingo, 26 de setembro de 2010

O PNDH-3, O ABORTO E A IGREJA

Por Jones Mendonça

Tem ganhado grande repercussão na mídia evangélica o discurso do pastor Paschoal Piragine criticando o PT num vídeo postado no YouTube. O motivo das críticas é o conteúdo do Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3), que dentre outras coisas promove a descriminalização do aborto. Veja o que diz um pequeno trecho:
g) Apoiar a aprovação do projeto de lei que descriminaliza o aborto, considerando a autonomia das mulheres para decidir sobre seus corpos.
Recomendação: Recomenda-se ao Poder Legislativo a adequação do Código Penal para a descriminalização do aborto[1].
Após uma breve introdução, o referido pastor apresenta um vídeo condenando uma série de propostas presentes na PNDH-3. Dentre as imagens aparecem crianças indígenas sendo enterradas vivas por causa de um antigo tabu. Apesar das imagens chocarem qualquer pessoa que tenha um mínimo de sensibilidade, o PNDH-3 nada versa sobre o assunto (aliás, discussão sobre o “infanticídio” indígena é mais complexa do que se imagina). Ainda que eu não concorde com o texto do projeto que dispõe sobre o aborto fiquei pensando: como um pastor que diz lutar contra a estatização da iniquidade apresenta imagens que distorcem a verdade e confundem os fiéis? O vídeo induz a demonização do PT. É desonesto. É mentiroso. É iníquo!

A igreja tem o dever de esclarecer as pessoas. Manipulá-las jamais!

Informe-se sobre o PNDH-3 clicando nos links abaixo:





Nota:
[1] Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3) / Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República - - ed. rev. - - Brasília: SEDH/PR, 2010, p. 91.http://portal.mj.gov.br/sedh/pndh3/pndh3.pdf

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

O PT, O ABORTO E A UNIVERSAL DO REINO DE DEUS

Muitas pessoas tem dito que o PT é satânico porque aprova o aborto. Lembro que o bispo Macedo também o aprova:
Sou a favor do direito de escolha da mulher. Em casos como estupro, má-formação do feto ou quando a vida da mãe está comprovadamente amea­çada pela gestação, não há o que discutir. Sou a favor do aborto, sim. A Bíblia também é. Eu vou ler para você (Edir se levanta, busca o livro e senta ao nosso lado). Olha só: "Se alguém gerar cem filhos e viver muitos anos, até avançada idade, e se a sua alma não se fartar do bem, e além disso não tiver sepultura, digo que um aborto é mais feliz do que ele".”[1].
O irônico disso tudo é que muitos evangélicos que criticam o PT votam no Crivella, que pertence à igreja Universal. Falta coerência... Sobra ignorância...

Na minha opinião o aborto é um assunto que deve ser discutido pela sociedade. Não podemos colocar todos os casos numa única categoria. Quando uma pessoa diz que é a favor do aborto é preciso perguntar: “em que casos?”. Dependendo da resposta dada, cada pessoa deve, individualmente, tomar sua decisão e apoiar ou não determinado candidato.

Nota:
[1] LEMOS, Christina;  TAVOLARO, Douglas. O bispo: A história revelada de Edir Macedo. Larousse, 2007, p. 179. 

quinta-feira, 22 de abril de 2010

O “HIJAB” DA DISCÓRDIA

Najwa Malha, uma jovem muçulmana de 16 anos foi impedida de entrar na escola onde estuda na Espanha, já que lá é proibido cobrir a cabeça com qualquer tipo de peça de vestuário.

Como tem ocorrido na França, a Espanha tem sido palco do debate a respeito do uso de símbolos religiosos em locais públicos. Se nesses países (e também no Brasil) a Constituição assegura a liberdade de culto, porque proibir o uso desses apetrechos?

Num editorial publicado no El País, há algo que foi dito que é digno de nota:

“devemos evitar a confusão entre o símbolo e outras peças de vestuário em particular, como a burka, que levanta outros problemas: a ocultação do rosto é expressamente proibida em alguns países, por razões de segurança”.

Caso a proibição seja estritamente necessária (como no caso da burka), não há o que discutir. Mas porque proibir o uso de crucifixos, quipás, véus, e tantos outros símbolos religiosos?

Por causa de grupos religiosos radicais tem surgido em certos países uma verdadeira fobia por tudo o que lembra religião.

Torço para que a jovem Najwa consiga expressar sua fé sem ser importunada.

Efatá!