O que você lê aqui, dito por Frankin Ferreira em sua
“Teologia cristã” (Vida Nova, 2015), segue a mesma “lógica” de Augusto
Nicodemus e Jonas Madureira:
“A fé cristã afirma a necessidade de abraçarmos, com todo
nosso coração, certos pressupostos, que determinarão como interpretamos as
Escrituras e a criação”.
Na ordem, teríamos: fé > pressupostos > interpretação
correta das Escrituras. Ora, mas se os pressupostos da fé estão nas próprias
Escrituras (ou não estão?), como alguém poderia tê-los consigo antes de lê-las?
Os pressupostos
corretos, aos quais ele se se refere, é a teologia reformada. Não diz isso
com todas as letras, mas fica implícito. Na prática, vá lá, é assim que a coisa
funciona no ambiente eclesial. Batistas leem a Bíblia com as lentes da doutrina
batista, pentecostais com as lentes pentecostais, etc. Mas neste caso o Sola
Scriptura se converte numa farsa. Na prática as Escrituras são lidas a partir
da tradição! Como os católicos sempre fizeram e fazem.
Jones F. Mendonça
Não existe igreja na face da terra, nenhuma, absolutamente nenhuma, que leia a Bíblia independentemente de sua própria doutrina. Não há farsa maior do que dizer ao povo que a doutrina da igreja tal é bíblica. Mentira. Não é. É tradição e só tradição.
ResponderExcluirÉ de direito que assim seja, porque é a única forma possível. O que é grosseiramente errado, mas é o que todo mundo faz - sem exceção no mundo evangélico - é dizer que a sua interpretação é bíblica. Mentira. Quem diz isso é ignorante ou enganador.
Nesse sentido, a única igreja coerente é a católica, porque ela assume a tradição como seu lastro. Na prática, todas as demais são católicas, mas fingem que não. O problema de alguém como eu, que rompeu com a farsa evangélica, é que me tornei protestante demais para suportar hipocrisia, e, de outro lado, não posso ser católico, porque não nasci para obedecer padre e papa. Logo, não há lugar para mim nesse jogo, eu, que já fui um jogador muito crédulo.
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