quarta-feira, 30 de março de 2022

CHRISTOPHER ROLLSTON E O ARTEFATO DO MONTE EBAL


Depois de
Israel Finkelstein, agora foi a vez do epigrafista Christopher Rollston se manifestar em relação à inscrição encontrada no Monte Ebal em 2019 e finalmente "decifrada" em 2022. Já posso adiantar que em sua opinião o que foi anunciado na coletiva de imprensa não passa de sensacionalismo. Ele lamenta que imagens de boa qualidade do artefato não tenham sido disponibilizadas, questiona a datação proposta (séc. XIV) e até se a inscrição contém mesmo as consoantes (incompletas) do nome divino, YHW.


Jones F. Mendonça

terça-feira, 29 de março de 2022

ISRAEL FINKELSTEIN E O ARTEFATO DO MONTE EBAL

O arqueólogo israelense Israel Finkelstein publicou em sua página pessoal do Facebook algumas observações acerca da descoberta de um artefato encontrado no Monte Ebal em 2019 contendo uma inscrição que supostamente menciona o nome YHWH. Suas considerações, expostas em sete pontos, podem ser lidas aqui.


Jones F. Mendonça

sexta-feira, 25 de março de 2022

DECIFRADA(?) INSCRIÇÃO ENCONTRADA NO MONTE EBAL

1. O tetragrama YHWH (יהוה), nome da divindade adorada entre os antigos israelitas, é conhecido desde o século XIV a.C., presente em listas preservadas em templos egípcios, que mencionam “a terra dos shasu de YHW”. A “terra dos shasu”, no entanto, não se refere ao território ocupado pelos israelitas, mas a Seir, região edomita do Arabá. O monte Seir também aparece relacionado a YHWH em textos bíblicos como Dt 33,2 e Jz 5,4.

2. Outro testemunho extra-bíblico do nome YHWH é a estela moabita, datada para o século IX. O documento apresenta o confronto entre YHWH de Israel e Quemós, divindade moabita. As inscrições de Kuntillet 'Ajrud, do século VIII, atestam o culto a um “Yhwh de Samaria” (norte), e também a um “Yhwh de Teman” (sul). Um quarto registro importante é o amuleto de Ketef-hinnon (séc. VI), artefato de natureza apotropaica que pede a proteção de YHWH.

3. Arqueólogos supõem ter decifrado uma inscrição encontrada no Monte Ebal em 2019, desta vez um artefato de chumbo proto-canaanita contendo uma maldição datada para o século XIV/XIII. Um trecho do artefato diz o seguinte: “Amaldiçoado, amaldiçoado, amaldiçoado, amaldiçoado pelo Deus YHW”. De modo geral a interpretação dessas inscrições é questionada por outros epigrafistas, por isso o melhor é esperar. Pessoalmente gosto de ouvir a opinião de Christopher Rollston, que ainda não se manifestou.



Jones F. Mendonça