sexta-feira, 25 de março de 2022

DECIFRADA(?) INSCRIÇÃO ENCONTRADA NO MONTE EBAL

1. O tetragrama YHWH (יהוה), nome da divindade adorada entre os antigos israelitas, é conhecido desde o século XIV a.C., presente em listas preservadas em templos egípcios, que mencionam “a terra dos shasu de YHW”. A “terra dos shasu”, no entanto, não se refere ao território ocupado pelos israelitas, mas a Seir, região edomita do Arabá. O monte Seir também aparece relacionado a YHWH em textos bíblicos como Dt 33,2 e Jz 5,4.

2. Outro testemunho extra-bíblico do nome YHWH é a estela moabita, datada para o século IX. O documento apresenta o confronto entre YHWH de Israel e Quemós, divindade moabita. As inscrições de Kuntillet 'Ajrud, do século VIII, atestam o culto a um “Yhwh de Samaria” (norte), e também a um “Yhwh de Teman” (sul). Um quarto registro importante é o amuleto de Ketef-hinnon (séc. VI), artefato de natureza apotropaica que pede a proteção de YHWH.

3. Arqueólogos supõem ter decifrado uma inscrição encontrada no Monte Ebal em 2019, desta vez um artefato de chumbo proto-canaanita contendo uma maldição datada para o século XIV/XIII. Um trecho do artefato diz o seguinte: “Amaldiçoado, amaldiçoado, amaldiçoado, amaldiçoado pelo Deus YHW”. De modo geral a interpretação dessas inscrições é questionada por outros epigrafistas, por isso o melhor é esperar. Pessoalmente gosto de ouvir a opinião de Christopher Rollston, que ainda não se manifestou.



Jones F. Mendonça

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