Deborah (=abelha), em Jz
4,4, é apresentada como “profetiza, mulher de Lapidot”. Uma dúvida atormenta o
tradutor: “Lapidot” é o nome de seu marido? (que nunca mais aparece). É o nome
do local de seu nascimento? (que nunca mais aparece?). Ou deve ser traduzido
literalmente: “mulher de labaredas”? (lapidot é plural de lapid =
labareda/tocha). Se esta for a opção correta, o que cargas d’água seria uma
“mulher de labaredas”?
Curioso é que
Baraq, aquele líder que confessa só ir à batalha caso Deborah siga ao seu lado
(4,8), possui um nome que significa algo como “raio de luz” ou “relâmpago”. Ela
a “labareda”. Ele o “relâmpago”. Que coisa, não? Bem, ambos têm um inimigo
comum: Sísera, guerreiro com 900 carros. Mas quem brilha mesmo nessa história é
Jael, mulher que crava uma estaca na cabeça de Sísera (4,21). O leitor, atento
ao que foi dito em 4,9, percebe que se enganou. Deborah não falava dela mesma,
mas de outra mulher.
O mais
estranho: antes de acabar com Sísera, Jael lhe dá leite e cama com cobertinha e
tudo (4,19). Na literatura judaica as mulheres geralmente liquidam seus inimigos usando
vinho e sedução, como é o caso de Dalila, Judith, Ester e Salomé. Uma história
repleta de enigmas. Vestígios da mão de um redator/revisor sapiencial?
Jones F.
Mendonça
Professor, segue link de um artigo interessante sobre o assassinato de Sisera por Jael.
ResponderExcluirAtt,
Valter
Jael: Somente assassina, ou também estupradora?1 https://seer.ufrgs.br/index.php/webmosaica/article/download/31827/19884/124063
Pro
Prife