quarta-feira, 28 de agosto de 2019

CLERO, SARCASMO, ARTE E INDULGÊNCIAS


Em 1509, enquanto Lutero conquistava seu diploma de bacharel em Bíblia pela Faculdade de Wittenberg, Erasmo de Roterdã - seu futuro desafeto - debochava do declínio moral do clero inspirado no sarcasmo de Luciano de Samósata, escritor latino do II século. Um dos seus alvos foi o Papa Júlio II, sobrinho de outro Papa: Sisto VI (de seu nome vem o título “Capela Sistina”). Foi de Júlio a ideia de derrubar a antiga basílica de São Pedro construída do século IV por Constantino. A nova seria erguida com a venda de indulgências...

No texto de Erasmo, intitulado “O elogio da loucura”, Júlio é barrado por São Pedro nas portas do céu e é tratado pelo apóstolo como “Júlio, o imperador que voltou do inferno”. Uma das razões da recusa de Pedro era o gosto de Júlio pela espada, daí sua fala: “Batina de padre, mas armadura ensanguentada por baixo”. No filme “Lutero” (2004, direção de Eric Till) Júlio aparece vestindo uma armadura, para desgosto de Lutero. Júlio também surge vestido como mais gostava no filme “A agonia e o êxtase” (1965).



Jones F. Mendonça

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