Em 1509,
enquanto Lutero conquistava seu diploma de bacharel em Bíblia pela Faculdade de
Wittenberg, Erasmo de Roterdã - seu futuro desafeto - debochava do declínio
moral do clero inspirado no sarcasmo de Luciano de Samósata, escritor latino do
II século. Um dos seus alvos foi o Papa Júlio II, sobrinho de outro Papa: Sisto
VI (de seu nome vem o título “Capela Sistina”). Foi de Júlio a ideia de
derrubar a antiga basílica de São Pedro construída do século IV por
Constantino. A nova seria erguida com a venda de indulgências...
No texto de
Erasmo, intitulado “O elogio da loucura”, Júlio é barrado por São Pedro nas
portas do céu e é tratado pelo apóstolo como “Júlio, o imperador que voltou do
inferno”. Uma das razões da recusa de Pedro era o gosto de Júlio pela espada,
daí sua fala: “Batina de padre, mas armadura ensanguentada por baixo”. No filme
“Lutero” (2004, direção de Eric Till) Júlio aparece vestindo uma armadura, para
desgosto de Lutero. Júlio também surge vestido como mais gostava no filme “A
agonia e o êxtase” (1965).
Jones F.
Mendonça
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