Para Tertuliano, a mulher é o “portão do diabo” e “primeira desertora
do direito divino” (Do vestuário feminino, Livro II, IV). Odão de Cluny, no
século X, encontrou um adjetivo ainda pior:
Se os homens vissem o que está debaixo da pele, a imagem das mulheres lhes daria náuseas [...]. Quando nem mesmo suportamos tocar um escarro ou um excremento com a ponta dos dedos, como poderíamos abraçar esse saco de bosta?
Voltemos
1200 anos. O autor do livro da Sirácida,
obra judaica do segundo século a.C., tinha opinião semelhante. Mas Ben Sirac situa
o defeito feminino na alma, não nos corpo: “Porque das vestes sai a traça e
da mulher, a malícia feminina” (42,13). Sobre os perigos da beleza física feminina
ele faz um alerta: “Não te deixes prender pela beleza de uma mulher” (25,21).
Calvino, no século XVI, parece ter se inspirado na Sirácida:
“Eis apenas um tipo de beleza [feminina] que me seduz – que ela seja casta,
prestimosa, econômica, paciente e que zele pela minha saúde”.
Mas há
quem veja o feminismo como um movimento impulsionado por uma causa imaginária.
Jones F. Mendonça
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