Como pequeno
passatempo coleciono imagens do Cristo nos momentos mais dramáticos da paixão. Interessa-me o modo como como essas cenas foram sendo representadas ao longo da história. Abaixo quatro
imagens particularmente interessantes:
1. Amuleto com a
representação do Cristo crucificado numa gema de jaspe vermelha e verde datada
para o II-III século. A cena da crucificação é rara nos primeiros séculos do
cristianismo. Eram mais comuns as cenas mostrando seu triunfo sobre a morte.
2. Este Cristo
crucificado (Crucifixo Gero), do final do século X, retrata Cristo não como vencedor
da morte, mas como homem nas profundezas da humilhação, tema que se torna comum
apenas a partir do século XII. Foi talhado em madeira para o arcebispo Gero
(969-976).
3. Esta tela
medieval (“Cristo coroado de espinhos”, por Fra Angelico, 1438-1439.), ao invés de
destacar a dor física, valoriza a angústia do Crucificado. Os olhos avermelhados
e a expressão facial transmitem com extrema intensidade o horror e a agonia da
crucificação. Remete um observador familiarizado com os Evangelhos ao texto de Mc
13,34: “minha alma está triste até a morte”.
4. A última imagem
é uma escultura, “O Cristo torturado” (1975), do artista brasileiro Guido Rocha. Sua
história como perseguido político na época das ditaduras latino americanas
certamente deixou marcas na obra.
Jones F. Mendonça
Nenhum comentário:
Postar um comentário