Zé Bobinho toma emprestada uma coleção das obras de Lutero.
Pensa consigo mesmo: “o reformador deve ter linguajar e retórica magníficas, dignas de
serem imitadas nos púlpitos”. Senta-se confortavelmente numa almofada e inicia sua
leitura.
Com os olhos estatalados e o dedo lambuzado de saliva vai
folheando páginas ao acaso. Percebe então que sob a pena de Lutero os nomes de seus desafetos
vão ganhando novas formas. O teólogo católico [John] Eck se transforma em Dreck (sujeira) ou Dr Sau (porca);
Muntzer é alterado para Murnarr (tolo); Cochlaeus converte-se em Rotslöffel
(colher de meleca); o duque de Braunschweig é tratado como Hanswerst (palhaço); papistas como “asnos” e a igreja romana como “prostituta”.
Ainda atordoado Bobinho apanha outra obra e se depara com esta confissão do reformador: “Nunca progrido melhor na
oração, pregação e redação do que quando me enfureço. De fato, a ira... aguça o
espírito e caça as tentações” (WA TR 2, 455, nº 2410).
Bobinho fecha o livro perplexo após se dar conta de que o "rapá", o "malandro" e o "funicar" de Malafaia são insignificantes perto das expressões ainda mais toscas empregadas pelo reformador alemão.
Bobinho fecha o livro perplexo após se dar conta de que o "rapá", o "malandro" e o "funicar" de Malafaia são insignificantes perto das expressões ainda mais toscas empregadas pelo reformador alemão.
Jones F. Mendonça
Não podia se esperar muita coisa...rsrsrs...mas as falas e escritas de John Eck devem ter sido bem piores...o pouco de intolerante de Lutero deve-se a suas raízes católicas. Garanto que,se havia raiva de Lutero em relação a Thomas Muntzer,provavelmente o Cardeal Caetano o odiava muito mais....os piores desafetos de Roma não se dirigem à Reforma,mas para as igrejas gregas....
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