Lutero no leito de morte |
Após perder a inocência, Lutero percebeu que a liderança da
Igreja endossava as práticas que via como perversão da verdadeira doutrina. O
monge agostiniano foi excomungado, adotado astutamente pelos príncipes e a Reforma
teve êxito. E o que significa que a Reforma teve êxito? Significa que ao invés
de uma igreja apenas, surgiram duas (alguns dias depois, múltiplas!). A
primeira submissa ao papado. A segunda embalada pelo livre Exame das
Escrituras. Ora, sendo o exame e a interpretação livres, caiu por terra
qualquer tentativa de mediação entre Deus e os homens. A cada esquina e a cada
segundo foram surgindo novos líderes de novas igrejas alegando agir segundo a
orientação Espírito.
Quando alguém anuncia a necessidade de uma nova Reforma fico
pensando: em que consiste esse apelo? Se a ideia é condenar os ensinamentos do
reformador alemão é preciso lembrar que isso já foi feito no Concílio de Trento
pelos católicos (1545-1563). Se a ideia é reafirmar ideias de Lutero basta que
o sujeito opte por pertencer a alguma igreja luterana. Se a ideia é criar algo
novo, diferente do que ensinam os católicos ou os protestantes históricos,
basta que crie uma nova igreja, baseada numa nova doutrina (que tal “A igreja
verdadeira”?). Mas se a opção for pela última alternativa, será preciso ter em
mente que há muitos, mas muitos fazendo isso. Será apenas mais uma manjubinha no
vasto oceano da cristandade.
Jones F. Mendonça
Jones, embora esse não seja o tema, poderia indicar alguma bibliografia sobre Critica Textual do Novo Testamento? O único livro que conheço em português é o do Paroschi, mas tenho minhas reservas sobre essa obra.
ResponderExcluirTenho um do George Ladd, "Critica del Nuevo Testamento", publicada pelo Mundo Hispano, 2002.É possível encontrá-lo na rede em PDF. Mas pelo que sei, só mesmo em espanhol. Embora não sejam exatamente sobre crítica textual, há excelentes obras que abordam o assunto, tais como "Metodologia do Novo Testamento", de Wilhelm Egger, "Exegese do Novo testamento", de Uwe Wegner, "Introdução à exegese do Novo Testamento", de Udo Schnelle e "Princípios de interpretação bíblica", de Vilson Scholz.
ResponderExcluirGrato pelo retorno. Também encontrei esse aqui: http://www.sbb.com.br/o-texto-do-novo-testamento.html#.VdtDYmPVW-Y
ResponderExcluirMas não sei se é bom.
Acho bem perigoso o raciocínio "Ora, sendo o exame e a interpretação livres, caiu por terra qualquer tentativa de mediação entre Deus e os homens".Se bem que Lutero reivindicou o livre exame,não livre interpretação.Tudo isso foi falado,provavelmente,por causa da Guerra dos Camponeses(1525).E defender esse termo destacado é como se dissesse que os estudos jamais pudessem ficar na 'mão do povo',pois 'é perigoso'...não foi só a Igreja Romana que tentou barrar esse livre acesso. Muitos povos na História tentaram.É triste quando o ser humano crê nisso.
ResponderExcluirhttp://lulopesfada.blogspot.com.br