O sujeito de ego frágil quer um retorno positivo. O que ele
faz? Projeta involuntariamente suas tendências inconscientes indesejáveis sobre
objetos ou pessoas do mundo exterior. Mas esse sujeito de ego frágil não se dá
conta do seguinte: o vulto soturno que ele persegue com tanta obstinação e ódio
é sua própria sombra. É projeção de si mesmo. O inspetor Javert, em “Os
Miseráveis” de Victor Hugo, é um exemplo emblemático de alguém que caiu nessa
armadilha sinistra.
Por instinto e com uma maestria macabra, Hitler soube
projetar a sombra dos alemães nos judeus, povo cuja história sempre fora
marcada por perseguições, não só na Alemanha do Lutero que escreveu “Sobre os
judeus e suas mentiras”, mas em toda a Europa. Na linguagem popular chamamos
isso de “bode expiatório”, uma referência ao bode citado no livro bíblico de
Levítico que levava os pecados do povo.
O mês de agosto promete manobras políticas capazes de marcar
para sempre a história de nosso país. Mas o que os egos frágeis, as sombras, os
bodes e Azazel têm a ver com o atual momento político? Tudo.
Jones F. Mendonça
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