O
personagem Pi, do filme, encantava-se com forças caóticas e cegas da natureza.
Inicialmente enamorou-se por um tigre. Depois por uma tempestade no umbigo do
mar. Mas tigres são perigosos, devoram dóceis cervos, mostrou-lhe seu pai.
Tempestades destroem barcos e ceifam entes queridos, ensinou-lhe a vida.
O
homem primitivo também se encantava com as forças da natureza. Personificou-as.
Deu-lhes nome. Achou poder controlá-las com ritos, oferendas e invocações
específicas. Pensava poder domesticar impulsos selvagens e irracionais.
Influenciados
por uma nova doutrina, certos povos passaram a situar essas forças personificadas
num outro mundo, num ambiente supra-terreno. Identificaram o belo com o bom. O
“outro mundo” foi concebido como lugar ideal. Desejaram o nada. E assim nasceu
o asceta. E assim nasceram as religiões da moral.
Jones
F. Mendonça
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