Caravaggio
gostava de retratar os santos como pessoas comuns, do povo: vestes rotas (ou
até rasgadas), descalços, expressões faciais rudes, sem auréola, analfabetos
(como o Mateus censurado, à esquerda). Repare que o anjo (afeminado) parece
dizer “tá escrevendo errado, Mateus”. A tela da direita é o resultado de uma
revisão feita após a exigência da igreja.
A influência teria vindo de seu protetor, o cardeal Frederico Barromeo (interesse pela “dimensão documental” das verdades cristãs), e dos místicos oratorianos (“função didática” da arte). As telas de Caravaggio devem ser vistas dentro do espírito de evangelização das classes populares empreendidos por setores da contrarreforma.
Leia mais sobre a função documentária da arte sacra do século XVII na seguinte obra:
Jones
F. Mendonça
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