Ela escreve:
“Délcio, coloque o feijão no fogo.
Maria”.
O
pequeno bilhete é fixado na geladeira. Passam-se mil anos e é achado nas ruínas
de uma construção. Surgem interpretações diferentes:
A exegese
fundamentalista:
“é para por a semente de feijão no calor de uma chama. Feijão talvez seja uma
espécie de milho que estoura quando aquecido”.
A exegese alegórica: “o feijão representa
nossas imperfeições; o fogo, a chama de nossa auto-avaliação”.
A exegese tipo PARDES: “o texto possui quatro
sentidos: 1) a semente de feijão deve ser colocada na chama (peshat); 2) toda a 'semente' dos animais deve ser cozida antes de ser consumida (remez); 3) A semente, para
brotar, precisa do calor, ou seja, do cuidado humano, o que nos ensina que devemos amar
nossos filhos (Drash); 4) A soma das consoantes das palavras 'feijão' e 'semente',
em hebraico, resulta em nove, que é o número dos leprosos que não agradeceram
a Jesus pela cura (Sod)".
A exegese confessional: “Embora num primeiro momento o texto pareça ter sido escrito por uma mulher, é mais provável que tenha vindo pelas mãos de um homem, afinal, mulheres não devem dar ordens aos homens (Cl 3,18).
Não é impossível o uso do nome 'Maria' para homens no início do século XXI”.
Pode
parecer inacreditável, mas há pessoas muito bem instruídas que interpretam a
Bíblia com tais métodos.
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