Em 1887, cerca de 350 tabuletas de argila foram encontrados em el Amarna, capital do faraó Akhenaton. Elas
foram escritas em caracteres cuneiformes na linguagem diplomática, o acadiano. A maior parte dessas correspondências foi datada para os reinados de Amenhotep III (1402-1364) e Akhenaton
(Amenhotep IV, 1350-1334). Atualmente encontram-se expostas em museus europeus (200 em Berlim, 80 no Museu
Britânico e vinte em Oxford).
Esses documentos refletem a ativa correspondência entre a administração egípcia e seus representantes em Canaã e Amurru. Também revelam o estado das relações internacionais entre o Egito e as grandes potências do Oriente Médio (Babilônia, Mitani e Assíria) e os países menores, como Arzawa no oeste da Anatólia.
Um dos
problemas enfrentados pelos reis cananeus no final do século XIV a.C. era a
ameaça que vinha dos ‘apiru (pessoas de origem variada, fora da ordem social - os hebreus?),
como atesta este carta escrita pelo rei Abdu-Heba, de Jerusalém:
Os ‘apiru saqueiam os territórios do rei. Se houver arqueiros [aqui] este ano, todos os territórios do rei permanecerão [intactos]; mas se não houver arqueiros, os territórios do rei, meu Senhor, estarão perdidos!
Uma
excelente obra que relaciona as cartas de Amarna ao contexto político,
social e econômico de Canaã no Bronze Recente, pode ser encontrada em “Para
além da Bíblia”, de Mario Liverani (aqui, aqui e aqui). As cartas de Amarna estão disponíveis (em
inglês), neste site.
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