sexta-feira, 18 de julho de 2014

A GUERRA EM GAZA FOI UMA ESCOLHA DE ISRAEL E DO OCIDENTE

Resumo da análise de Nathan Thrall, do Instituto Crisis Group, publicada no New York Times (17/07/2014):

Diante do enfraquecimento da aliança do Hamas com a Síria e o Irã; do fim do apoio da irmandade muçulmana que governava o Egito (caiu após um golpe em julho de 2013) e o consequente fechamento dos túneis que abasteciam Gaza com suprimentos e armas, o Hamas se viu cada vez mais isolado, passando a ser alvo de protestos populares em Gaza. A alternativa encontrada pela liderança do grupo foi abrir mão do controle oficial do território, daí a aliança entre o grupo islâmico e a OLP. No intuito de minar o acordo, Israel suspendeu o salário de 43 mil funcionários públicos que trabalhavam para o governo do Hamas em Gaza. O Hamas, encurralado e sem nada a perder, buscou através da violência o que não foi possível pela via política. Ele conclui: 
The current escalation in Gaza is a direct result of the choice by Israel and the West to obstruct the implementation of the April 2014 Palestinian reconciliation agreement.



Jones F. Mendonça

2 comentários:

  1. Sinceramente, não consigo afirmar que o Hammas estivesse "encurralado" nessa ou em qualquer questão. O único fato claro e evidente é que o Hammas é oposição à Autoridade Oficial Palestina, dominada pelo Fatah, que já assinou um acordo de Paz com Israel há tempos. O Hammas promove portanto, em seu próprio país, a rebelião e a luta armada contra às autoridades nomeadas pelos mesmos palestinos. Não dá para imaginar um movimento desses, como um bando de coitadinhos sem saída. Infelizmente, quem sempre sofre nesses confrontos é a população civil, de ambos os lados, esta sim, inocente.

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  2. Ninguém disse que o Hamas é o "coitadinho" da história. Estar encurralado não pressupõe inocência. Trata-se de um grupo terrorista, fundamentalista, misógino, violento, etc. Ocorre que as ações de Israel e o cenário político atual empurraram o Hamas para um confronto direto e intensivo. Acho que a postura do Hamas em lançar foguetes ao sul (e a gora ao centro de Israel) não funcionam. Do mesmo modo, a construção de muros, o isolamento de Gaza e o atual ataque aéreo e terrestre só aumentam o ódio dos palestinos em relação ao Estado judeu. Enfim, está tudo errado.

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