Na Europa do século XVI viveu um
espanhol errante chamado Miguel de Servetto. Nome de anjo, fama de diabo, era
visto como herege pelos teólogos-protestantes-de-reta-doutrina de Genebra.
Miguel cria que o Pai era um
somente. Entendia que o Filho e o Espírito eram aspectos diversos de uma mesma
pessoa. Rejeitava o credo Atanasiano segundo o qual "não devemos confundir
as pessoas nem dividir a substância". Para piorar cismou de dizer que a
Palestina é uma terra seca, aparentemente contrariando o texto que diz que por
aquelas bandas o leite e o mel brotam da terra.
Calvino subiu nas tamancas: “se
aparecer por aqui, não permitirei que saia vivo!” O infeliz acabou capturado e
conduzido ao Conselho de Genebra, formado por um tipo de gente capaz de tudo
para preservar suas doutrinas de papel.
O nome completo da vítima: Miguel
de Servetto. A alcunha do algoz: Calvino. A data: 1553. O tipo de execução: as
chamas. Se alguém levantou a voz contra isso? Sim, Sebastian Castellio, um
herege que tinha a compaixão - mas não a "sã doutrina" - no coração.
Jones F. Mendonça
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