O livro de Isaías é um clássico da literatura profética. A partir de 14,4b lemos um belíssimo lamento contra o rei da Babilônia. Por culpa de Orígenes (185-254 d.C.) o texto acabou se tornando uma descrição da queda de Satanás. Com Jerônimo (347-420 d.C.) o adversário ganhou um nome próprio: Lúcifer.
Aqueles que se interessam pelo tema certamente vão gostar de baixar gratuitamente no site da Society of Biblical Literatute o seguinte livro (em inglês):
Shipp, R. Mark, Of Dead Kings and Dirges: Myth and Meaning in Isaiah 14:4b–21. Academia Biblica 11. Atlanta: Society of Biblical Literature: 2002, 105 pages, 60MB.
Uma breve descrição conteúdo do livro de acordo com o site da SBL (tradução do Numinosum):
Isaías 14:04 b-21 tem atormentado estudiosos durante muitos anos. Nem a sua forma nem seu conteúdo mitológico foram devidamente explorados ou explicados. Este estudo argumenta que a estrutura dessa passagem é a de um canto fúnebre real, conhecida a partir de textos de Ugarit e da Mesopotâmia, e que o poema inteiro deve ser entendido como "mitológico". A “estrela da manhã, filha da aurora” (Heylel ben Shahar), é uma estrela associada à realeza na Mesopotâmia, a estrela de Ishtar nos céus. Outras imagens mitológicas abundam na passagem, como os Rafaim, provavelmente reis mortos, e os motivos de subida e descida. Nesta paródia de uma triste canção, Isaías 14 usa a mitologia e ideologia do lamento real para zombar do rei da Babilônia.
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