Embora o termo “livre exame das Escrituras”, não apareça nos escritos de Lutero, a ideia é defendida em sua “Carta à nobreza
alemã”, de 1520. Nela, o monge agostiniano declara que os “doutores de Roma”, “o
Papa e seus comparsas”, não são os únicos capazes de interpretar as Escrituras:
Devemos [...] julgar com coragem tudo o que eles [os papas] fazem ou deixam de fazer, conforme nossa compreensão crente da Escritura, e obrigá-los a seguir a compreensão melhor, e não sua própria.
Menos de cinco meses após a
publicação da carta Lutero foi excomungado pelo papa, através da bula Decet Romanum
Pontificem (janeiro de 1521).
Em minha opinião o livre exame é
o melhor de Lutero. Mas ele tem um efeito colateral inevitável: qualquer um
poderia discordar de Lutero e criar sua própria igreja. Até mesmo uma que se
chama “A igreja do cuspe de Cristo”.
Nesse sentido, desejar o livre
exame e ao mesmo tempo promover o policiamento denominacional não faz qualquer
sentido.
Jones F. Mendonça
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