Nesta pintura, de
Camilo Procaccini (séc. XVI), Ambrósio, bispo de Milão, impõe-se diante do imperador
Teodósio I, após ter ordenado um massacre na cidade de Tessalônica em 390.
A atrito ocorreu
poucos anos após Teodósio ter assinado um Édito tornando o cristianismo a
religião oficial do império. O imperador cedeu às pressões da igreja, vestiu-se
com saco de penitência e foi perdoado.
O fato dos judeus
não terem a mínima intenção de abandonar a sua fé e seguir a religião oficial
do império causou descontentamento em muitos cristãos. No final de 388 cristãos
fanáticos atearam fogo numa sinagoga na cidade de Calínico, na Mesopotâmia.
Teodósio instruiu os
líderes cristãos a reconstruírem a sinagoga e a punir os incendiários. Ambrósio
não gostou e saiu-se com essa:
Não é adequado que pessoas sejam punidas com tanta severidade pela queima de um edifício, e muito menos pela queima de uma sinagoga, uma casa de incredulidade, uma casa de impiedade, um receptáculo de loucura, que até Deus tem condenado (Epístola 40,14).
A postura de
Ambrósio marca tanto o início do antijudaísmo eclesiástico como da intromissão
da igreja nos assuntos pertencentes à esfera política, julgando as ações dos poderes públicos.
Jones F. Mendonça
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