Basta
dar uma rápida olhada nos textos escritos pelos primeiros cristãos para
perceber como era forte a visão da mulher como “isca de Satanás” e “portão do
diabo”. Cipriano (bispo do séc. III), por exemplo, dizia que os demônios
ensinaram as mulheres
a pintar os olhos espalhando uma substância negra ao seu redor, e a tingir as bochechas com um enganoso vermelho, e a mudar o cabelo com cores falsas, e a expulsar toda a verdade do rosto e da cabeça com o ataque de sua corrupção (Do vestuário das virgens, 14).
A
investida anticosmética de Cipriano tem como argumento principal o seguinte: uma
vez que Deus criou o ser humano à sua imagem e semelhança, não devemos nos
atrever a mudar o que Deus fez. Tratar-se-ia, portanto, de uma “agressão à obra
divina e uma prevaricação da verdade”.
E
pensar que em pleno século XXI o argumento que contrapõe o “natural” (divino) ao “antinatural” (diabólico) ainda faz sucesso.
Leia o texto completo “Do vestuário das virgens”, de Cipriano, aqui (em inglês).
Jones
F. Mendonça
Nenhum comentário:
Postar um comentário